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31/07/2011 às 03:00
Evento realizado pelo GDF e pela OnG Porão do Rock contemplou todas as vertentes e agradou o público
Victor Ribeiro, da Agência Brasília
Do rock eletrônico ao metal melódico, passando pela MPB e pelo hardcore. Foi assim a 14ª edição do festival Porão do Rock, que reuniu 55 mil pessoas, sem registrar nenhuma ocorrência policial grave. O público foi à loucura com o som pesado do Ratos de Porão, Angra, Raimundos e Krisium. Já atrações como Copacabana Club, Cidadão Instigado e Érika Martins, da cena independente, chegaram sem pretensão e saíram sob aplausos e gritos de “mais uma”.
O festival, realizado pelo Governo do Distrito Federal, pela organização não governamental Porão do Rock e pelo Instituto Brasileiro de Integração trouxe este ano 43 bandas aos três palcos montados no complexo do Ginásio Nilson Nelson. Dessas, 20 eram do Distrito Federal.
O secretário-adjunto de Cultura do DF, Miguel Batista, considerou o festival belíssimo. Para ele, o melhor show foi do bandolinista brasiliense Hamilton de Holanda, que convidou o vocalista Frango Kaos (da banda Galinha Preta) para uma participação especial e incluiu no repertório uma versão instrumental do clássico “Someday”, do Beatles. “Hamilton de Holanda é muito generoso e tem essa capacidade incrível de dialogar com todos os ritmos. Ele não é só um músico: é um embaixador da cultura do Distrito Federal”, destacou o secretário.
Lucy & The PopsonicsRock de Brasília – A escalação do Porão privilegiou as bandas independentes, o que deu mais visibilidade aos grupos do DF. O power trio de eletro rock Lucy & The Popsonics (foto) baseou o repertório no primeiro disco, “A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas”, lançado há cinco anos. “Resolvemos escolher músicas mais pesadas, menos eletrônicas, para tocar”, explicou a vocalista e baixista Fernanda Popsonic.
Dentre os artistas locais, os mais aguardados eram os Raimundos, que se apresentaram na primeira noite e tocaram todos os sucessos que fizeram a cabeça da geração 90 do rock nacional. “Mulher de Fases”, “Palhas do Coqueiro”, “Eu Quero Ver o Oco”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, entre outras, estavam no set list.
Érika Martins, que não é do Distrito Federal, revelou sua forte relação com a cena local. “Quando eu era criança, vim morar aqui e acabei criando essa identificação com a cidade. Adoro bandas como Lucy & The Popsonics, Little Quail e Raimundos, por exemplo”, contou. Desde os anos 1990, quando fazia parte da banda Penélope, Érika se apresenta na capital tanto como cantora quanto como DJ.
Público do AngraShows lotados – Dois palcos foram armados no estacionamento do ginásio, enquanto um terceiro ficou do lado de dentro. Lá o som era mais pesado, voltado para heavy metal e para o hardcore. O Corpo de Bombeiros prestou todo o apoio para garantir a segurança do público, já que somente 3 mil pessoas poderiam ocupar a quadra esportiva e, durante algumas apresentações, como os shows do Angra e do Ratos de Porão, até mesmo as arquibancadas superiores ficaram lotadas. O público respeitou as regras de segurança e nenhum incidente foi registrado.
“O heavy metal tem essa coisa de adoração. O público é muito fiel, lota nossos shows sempre e quer estar o mais próximo possível”, comentou o vocalista do Angra, Edu Falaschi. O cantor André Matos, ex-Angra, levou ao mesmo palco o show da sua nova banda, Symfonia, formada por músicos escandinavos, que já tocaram em grupos como Stratovarius, Helloween e Sonata Arctica.
Em suas 14 edições, o Porão do Rock já recebeu 805 mil espectadores e mais de 350 atrações diferentes. Desde 2006 o festival faz parte do calendário oficial do Distrito Federal. Este ano, de acordo com o produtor-geral Gustavo Sá, se não fosse viabilizado pelo GDF, o Porão teria metade de seu tamanho e provavelmente cobraria pela entrada. Com a entrada gratuita, o acesso à cultura é universalizado. A organização do Porão pediu apenas que o público doasse um quilo de alimento não perecível, para a campanha Rock Contra a Fome. Ao todo, 24 toneladas foram recolhidas.