20/04/2012 às 14:33, atualizado em 17/05/2016 às 15:06

Brasília, 52 anos: Copa Solidária chega à fase final no Estádio Nacional

Torneio disputado por mais de 800 trabalhadores marcou a ‘estreia’ da arena, que receberá a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014

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A Copa Solidária Operários da Bola chega à fase final neste sábado (21), dia do aniversário de 52 anos de Brasília, pouco mais de um mês após seu início. O campeonato de futebol dos trabalhadores que constroem o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha envolveu mais de 800 operários – dos 3,6 mil que trabalham em três turnos. Os participantes tiveram a honra de “estrear” a nova arena, palco da abertura da Copa das Confederações, em 2013, e de sete partidas da Copa do Mundo de 2014.
 
Neste sábado, às 18h30, será realizada a final feminina e, às 19h30, a masculina. A Copa Solidária está sendo disputada por 64 equipes masculinas e quatro femininas, com 12 e 15 jogadores, respectivamente. Cada uma das equipes foi batizada com nomes de países.
Em 17 de março, o carpinteiro Hélio Pereira dos Santos, de 25 anos, e camisa 10 do time dos Estados Unidos, foi o autor do primeiro gol do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O golaço saiu às 16h03, na partida contra o Nicarágua. “Agora posso tirar onda de ser o primeiro a fazer um gol no Estádio Nacional. Recebi um passe maravilhoso e só converti. Com certeza é uma emoção muito grande”, disse o operário.
 
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, deu o pontapé inicial do campeonato e elogiou a participação dos operários. “Os operários são os responsáveis por colocar cada tijolo no estádio. Então, nada mais justo que o primeiro jogo seja deles. Este campeonato simboliza a integração entre os trabalhadores da obra. Nossa intenção é valorizar aqueles que estão fazendo história com a construção da primeira de uma série de obras que melhorarão a qualidade de vidados brasilienses”, destacou, na ocasião, o governador.
 
Doação – O torneio dos operários do Estádio Nacional recebeu o nome de Copa Solidária porque, além das partidas de futebol, os trabalhadores se uniram em uma ação social. Dias antes do início do campeonato, um grupo de operários visitou duas instituições e fez a entrega de uma tonelada de alimentos recolhida no ato da inscrição. Os alimentos foram entregues à Casa da Criança Ana Maria Ribeiro (Criamar) e ao Abrigo dos Excepcionais de Ceilândia (Abrigoaec).
 
Assim como o gesto dos operários, toda a obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é planejada e executada para estimular o desenvolvimento social e econômico da cidade.
 
O estádio é uma Ecoarena. Na construção são usados materiais recicláveis ou reciclados. Tudo o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria obra ou em cooperativas de reciclagem do DF. Com a derrubada da última arquibancada, por exemplo, o entulho foi transformado em brita para ser reutilizado na concretagem do piso da arena.
Depois de pronto, o estádio terá captação de energia solar e de água de chuva. A arena será capaz de gerar 2,5 megawatts de energia, o que corresponde ao abastecimento de mil
residências por dia.
 
Andamento das obras – Atualmente, a obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é uma das mais adiantadas do Brasil, com54% de sua execução concluída. A arquibancada inferior está finalizada, a intermediária está 90% concluída e a superior já foi totalmente pré-fabricada na obra. Sua montagem começará nos próximos 30 dias.
 
Os pilares com mais de 36 metros de altura livre e o grande anel da esplanada, com 300 metros de diâmetro, estão sendo executados para receber a cobertura metálica que protegerá os cerca de 70 mil espectadores do sol e da chuva, de forma a dar conforto e segurança aos usuários durante os jogos e demais eventos que ocorrerão na arena.
 
O estádio será uma arena multiuso adequada para receber eventos e shows de grande porte, e não apenas partidas de futebol. Antes mesmo da Copa do Mundo de 2014, o estádio passará por licitação internacional para que uma empresa especializada em entretenimento o administre e potencialize o desenvolvimento econômico da capital federal, gerando emprego e renda. Além de pagar o aluguel da arena, a empresa vencedora ficará responsável por inserir Brasília em um calendário de eventos e shows nacionais e internacionais, mantendo a economia da cidade aquecida.
 
Obras de infraestrutura e investimentos na qualificação profissional e no desenvolvimento do turismo, com geração de emprego e renda, serão os principais legados que os grandes eventos esportivos deixarão à capital federal.