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01/07/2012 às 18:00, atualizado em 17/05/2016 às 14:25
À AGÊNCIA BRASÍLIA, a chefe da Assessoria Internacional do Governo do Distrito Federal, Flávia Malkine, aponta as iniciativas do governo que mais atraem países estrangeiros
Desde o início do governo de Agnelo Queiroz, Brasília já recebeu, pelo menos, 60 comitivas internacionais interessadas em conhecer programas e projetos de excelência do GDF. Entre eles, os de desenvolvimento rural, saneamento e habitação. A chefe da Assessoria Internacional do Governo do Distrito Federal, Flávia Malkine, é responsável por recepcionar as delegações e viabilizar possíveis acordos de cooperação. Cabe a ela também, junto com sua equipe, buscar no mundo boas iniciativas que podem ser colocadas em prática na capital federal.
À AGÊNCIA BRASÍLIA, Flávia Malkine explica a atribuição da área que comanda, elogia a participação do GDF na Rio+20 e detalha os acordos bilaterais celebrados.
Como funciona a assessoria internacional do Governo do Distrito Federal?
Nós somos o canal de Brasília com o mundo e do mundo com Brasília. Atendemos prioritariamente o governador, com sua agenda internacional, com as missões que ele faz no exterior e recebemos as delegações estrangeiras que vêm à capital. Somos responsáveis ainda por fazer a assessoria internacional das secretarias. Além disso, fazemos a emissão de todos os passaportes dos servidores do GDF. Funcionamos como uma pequena embaixada. As nações do mundo estão acostumadas, ao se dirigirem a uma cidade, em buscar a assessoria internacional local. O mesmo ocorre conosco, quando viajamos para outro país e nos dirigimos às embaixadas.
Como avalia a participação do GDF na Rio+20?
Efetivamente, o evento estava muito bom porque tinha gente do alto escalão de vários países disponíveis para fazer contato. Tivemos a oportunidade de mostrar para toda a comunidade internacional ali representada os bons exemplos de sustentabilidade do Distrito Federal, fato que abriu diversas possibilidades para acordos bilaterais. Um dos programas que apresentamos foi o Plante uma Árvore, projeto fantástico onde virtualmente você planta uma árvore, mas depois pode verificar in loco se ela está plantada. Apresentamos também o projeto Brasília, Cidade Parque.
Quais países se mostraram mais acessíveis a acordos?
Visitamos o pavilhão da Itália, onde o governador Agnelo Queiroz se reuniu com o ministro do Meio Ambiente da Itália, Conrado Clini, para verificar as áreas onde os países podiam se ajudar. Nós verificamos alguns projetos muito interessantes que eles têm sobre energia e pretendemos dar sequência às conversas. Visitamos ainda o pavilhão de China, Japão, França, Alemanha, Suécia e Emirados Árabes, buscando oportunidades, tanto para colocar na vitrine os projetos de sustentabilidade de Brasília, bem como buscando bons exemplos que possam nos servir na nossa jornada de sustentabilidade.
Brasília tem acordos de irmanação com 24 cidades do mundo. O que significa ter uma cidade-irmã?
Esses acordos são feitos entre cidades que possuem características similares. Em Roma, por exemplo, temos a mesma data de aniversário em comum. Mas podem ser similaridades geográficas, demográficas ou até mesmo culturais. Ou então reconhecemos naquela cidade alguma capacidade ou característica que possa fomentar a minha cidade. Esses acordos, em geral são espontâneos, não envolvem nenhum tipo de recurso e não são necessariamente burocráticos. São muito mais termos de cooperação que duas cidades assinam no sentido de abrir espaço para futuras negociações. Em geral, ambas enxergam nessa irmanação uma possibilidade de ajuda mútua. O último acordo de irmanação, assinado em outubro de 2011, foi com a cidade de Cartum, capital do Sudão. A Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal] enviou técnicos para lá buscando soluções para eles na área de extensão rural e a Caesb também na área de saneamento. Agora estamos em contato com eles para ver a possibilidade de novas ações nessas duas áreas. Estamos agora em negociação com Riade, capital de Arábia Saudita, e com Munique, Alemanha. Essa prática de cidade-irmã é muito comum em todo o mundo com o objetivo de unir esforços.
Quais as principais ações da assessoria internacional realizadas nessa gestão?
Desde o início do governo Agnelo Queiroz, a assessoria internacional já recebeu mais de 60 delegações estrangeiras interessadas em conhecer programas de excelência do GDF, principalmente nas áreas de saúde, educação e extensão rural. Esses setores têm sido grandes atrativos para as visitas. Recebemos delegações de Portugal, Quênia, Angola, China, Ucrânia, Tanzânia, Estados Unidos, Holanda, Cuba e muitos outros. Em geral, eles primeiro visitam os projetos de interesse, depois efetivamente firmam um acordo. Após esse processo, eles retornam ao Brasil ou solicitam a presença de técnicos em seus países. Temos seguido uma linha forte, adotada pelo governo federal, de oferecer o maior apoio possível às Cooperações Sul-Sul [que trata, basicamente, de atividades relacionadas a países da América Latina, Caribe, África, alguns da Ásia e do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China)].
Cite alguns programas do DF que estão sendo alvos de acordos bilaterais.
A Emater-DF [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal] tem sido uma grande vitrine no setor de extensão rural. A forma como a gente tem dado apoio aos pequenos e médios agricultores, desde o plantio, colheita e conservação do alimento, tem sido alvo de interesse por parte dessas nações. Só nesses últimos doze meses, o órgão já fez acordo de cooperação técnica com a República Dominicana, com o Senegal e está começando agora a fazer com a Angola e Tanzânia, Tunísia, Suriname e Sudão. A Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal] também firmou acordo de cooperação com a Argentina, Haiti, Colômbia, Nicarágua, Alemanha e está em negociação com o Sudão. Já a Secretaria de Transportes firmou acordo de cooperação técnica com a Agência de Cooperação Internacional Japonesa. A Sedhab [Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano] também tem feito alguns acordos. No aniversário de Brasília foi feito um Memorando de Entendimento com Roma. O Corpo de Bombeiros Militar, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, desenvolveu em Brasília o primeiro Curso Internacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.
Quais as próximas ações da assessoria?
Ainda temos uma agenda imensa de delegações que vamos receber. A assessoria trabalha em duas frentes: atende as demandas e incentiva o desenvolvimento de áreas ou projetos que despertam interesse internacional. Nos últimos três meses, diagnosticamos o que tem de melhor no mundo que possa gerar acordos internacionais. Queremos trazer a Brasília o que há de melhor no mundo. Ao mesmo tempo, estamos elaborando um relatório que vai nos apontar o que Brasília tem de melhor e que deve ser oferecido à comunidade internacional. É muito importante que cada cidadão de Brasília saiba o que sua cidade tem de excelência.