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07/08/2012 às 13:18, atualizado em 17/05/2016 às 14:22
Com uma atuação baseada em quatro eixos – capacitação, promoção, infraestrutura da cidade e políticas públicas –, a secretaria de Turismo conta ainda com uma legislação específica que trata da Política de Turismo no DF
Em entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA, o secretário de Turismo, Luis Otávio Neves, destaca as ações que compõem os quatro eixos que orientam a pasta, como a ampliação e modernização dos Centros de Atendimento ao Turista (CATs), além de projetos e convênios com o Ministério do Turismo e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na elaboração de novos roteiros e na capacitação profissional para a área.
Além do turismo de eventos, atividade que tem impacto positivo na economia local, o secretário aponta outras áreas promissoras. O turismo cívico, por exemplo, já conta com novos projetos. Ele ressalta as principais ações voltadas para esse segmento.
Com a vocação que Brasília tem para o turismo cívico, o que a secretaria preparou para o Dia da Independência?
Estamos aproveitando um evento que, até 2003, acontecia estritamente no Setor Militar Urbano e, que, no início do governo Lula, foi trazido para a Esplanada dos Ministérios para mostrar que o Dia da Independência é importante para todos os brasileiros. Em Brasília, o desfile conta com a presença da presidenta Dilma Rousseff e de todo o Comando das Forças Armadas. Depois do desfile, haverá ampla programação, que acontecerá no Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia.
Qual a importância da atividade turística na economia do DF?
As atividades turísticas, formadas por segmentos como transporte, hospedagem, alimentação e lazer, representam 2,24% do PIB do DF, enquanto o turismo nacional no PIB do Brasil é de 4,39%. O setor de transporte rodoviário, por exemplo, representa 38%, seguido do de alimentação e transporte aéreo, ambos com 8%, e do setor de hospedagem, com 5%. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) realizaram uma pesquisa em 2010. O estudo mostrou que a atividade de transportes é a que mais contribui com empregos formais no DF, com um total de 11,2 mil, seguida do setor de alimentação, com 5,2 mil, e de alojamento, com 2,8 mil. Essas três atividades representam 81% do emprego formal nas Atividades Características do Turismo (ACTs) no DF, sendo 47% transporte, 22% alimentação e 12% alojamento.
O turismo de eventos é o que mais movimenta as atividades citadas pelo senhor?
Sabemos que o turista de evento é quem deixa dinheiro aqui. Num evento científico realizado em Brasília com a participação de mil pessoas, cada turista deixa algo em torno de R$ 500 por dia. Isso tem impacto muito grande na nossa receita. Temos eventos maravilhosos. Um deles acontece no primeiro semestre, o Agrobrasília, que é um dos maiores eventos de agrobusiness do Brasil. Embora não tenha shows e não comercialize bebidas alcoólicas, ele atrai milhares de pessoas para capital federal.
Quais as principais ações desenvolvidas pela secretaria desde o início da sua gestão?
O governador Agnelo Queiroz sabe da importância do turismo para o desenvolvimento econômico do Distrito Federal. Por isso, é um grande incentivador e o mentor de boas ideias para o segmento. Com o apoio do governador, já temos grandes mudanças, e outras ainda virão. Estipulamos quatro eixos para trabalhar: capacitação, infraestrutura da cidade, políticas públicas e promoção. Brasília é a primeira unidade da Federação que tem uma lei sobre o turismo. A lei nº 4.883, que trata da Política de Turismo para a cidade, foi sancionada pelo governador em julho deste ano e recebeu elogios da imprensa nacional voltada ao setor. Na prática, as ações desenvolvidas obedecem a princípios como sustentabilidade, desenvolvimento econômico, tolerância, valorização do patrimônio e do turismo, mobilização, inclusão social, competitividade, qualificação profissional, qualidade e integração. Entre as prioridades estão a captação de eventos, incentivo à ampliação do potencial de toda a Região Integrada de Desenvolvimento do DF (RIDE) e a manutenção do Observatório do Turismo como instrumento de gestão responsável pela organização, sistematização, disponibilização e disseminação de pesquisas voltados ao setor.
Como funcionará o Observatório do Turismo?
Ele será concluído no final do ano. Nós contaremos com um levantamento que apontará o potencial turístico de cada região administrativa. Serão dados que nos ajudarão a atrair investidores. Brasília é a primeira unidade da Federação a ter um Observatório do Turismo.
Alguma novidade prevista?
Por ordem do governador Agnelo Queiroz, vamos concluir o Centro de Convenções Ulysses Guimarães. No local da Praça dos Namorados, vamos construir estacionamento e um restaurante com capacidade para 2 mil pessoas. Além do restaurante, teremos ainda um café. É uma obra de 20 mil m² que exigirá o investimento de R$ 30 milhões. A Novacap está fazendo o projeto, e acredito que a obra será iniciada ainda este ano.
Os Centros de Atendimento ao Turista (CATs) foram melhorados na atual gestão. Qual é a situação desses centros?
Quando assumimos o governo, Brasília tinha dois pontos de atendimento ao turista – um no aeroporto de Brasília e outro no Setor Hoteleiro Sul. Fechamos o ponto de atendimento do Setor Hoteleiro e mantivemos o do aeroporto aberto. Hoje contamos com sete CATs: o do aeroporto, um na Rodoviária Interestadual, três nos Setores Hoteleiros entre o Sul e Norte, um na Praça dos Três Poderes e um na Torre Digital. Nesses locais, 43 funcionários falam, no mínimo, dois idiomas e foram capacitados por dois meses. Eles conhecem o Distrito Federal, desde o potencial arquitetônico ao místico, da igreja que temos em Planaltina à Basílica de Brazlândia, e ainda há o turismo rural.
O senhor deseja mencionar algum outro projeto?
Com o Ministério do Turismo, fizemos um convênio para o CAT móvel, para fazer sinalização turística. Serão 1010 placas, sejam elas interpretativas ou de direção, em português, inglês e espanhol, também já em processo de licitação. Nós assinamos um acordo de cooperação internacional com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para divulgar Brasília como sítio do Patrimônio Cultural da Humanidade nas feiras das quais participamos e em lugares específicos em que a Unesco irá divulgar Brasília. Esse acordo é muito importante e já está em funcionamento.