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29/09/2012 às 14:03, atualizado em 17/05/2016 às 14:34
Governador lidera comitiva que assinará contrato entre os governos do Distrito Federal e de Cingapura
O governador Agnelo Queiroz lidera a comitiva que vai, na próxima quarta-feira (3/10), assinar o contrato entre os governos do Distrito Federal e de Cingapura para a elaboração do projeto que moldará o crescimento da capital brasileira pelas próximas cinco décadas. “Meu objetivo é fazer de Brasília uma das cinco melhores cidades do mundo para se viver”, esclarece Agnelo. Trata-se de um plano de longo prazo. A distância até o alvo é de cinquenta anos, motivo pelo qual o projeto, dentro do GDF, é chamado de Brasília 2060.
O contrato vai ser assinado em Cingapura. Por envolver governos, em um assunto em que a outra parte tem experiência singular, será feito via contratação direta, no valor de US$ 4,2 milhões a serem pagos parceladamente, a cada entrega das partes do projeto. Do ponto de vista formal, a contratante será a Terracap e a contratada, a Jurong Consultants Pte, braço do Ministério da Indústria e Comércio do governo cingapuriano.
Ao longo dos próximos 18 meses, a Jurong elaborará uma série de estudos, relatórios e projetos, nos quais integra quatro grandes eixos – Polo de Desenvolvimento JK, Centro Financeiro Internacional do DF, Cidade-Aeroporto e Polo Logístico. Trabalho semelhante, porém em escala muito menor, feito no Brasil pela mesma Jurong, envolve o planejamento do corredor entre Belo Horizonte e o Aeroporto de Confins – saiu daí a ideia da construção do novo centro administrativo do governo de Minas, instalado no caminho entre o aeroporto e a cidade.
A ideia do projeto Brasília 2060 nasceu na missão internacional à Ásia liderada pelo governador em julho passado. Um dos destinos da comitiva do DF, Cingapura revelou interesse em exportar seus projetos de planejamento urbano, social e econômico. O país, localizado no Sudeste asiático, guarda muitas semelhanças com o Distrito Federal. É uma ilha com área pequena (0,8 km2, sete vezes menor que o DF), desprovida de recursos naturais – não é autossuficiente nem em água potável, que importa da vizinha Malásia. Mas tornou-se uma potência mundial na área de prestação de serviços.
Crescendo em um modelo feito pela própria Jurong, Cingapura saiu do terceiro para o primeiro mundo em 30 anos. A renda per capita pulou de US$ 576 no meio da década de 60, quando sua baía principal mais parecia um pântano cravejado de favelas, para os atuais US$ 50 mil, o terceiro maior do mundo. A cidade tem 100% da população habitando casas e prédios de alvenaria com toda a infraestrutura urbana. O índice de desemprego é de 2% da população economicamente ativa. A base da economia são serviços e indústrias intensivas em tecnologia, conhecimento e inovação.
Do primeiro contato, nasceu a visita de uma comitiva de diplomatas e engenheiros do governo cingapuriano ao Distrito Federal no início deste mês. Eles sobrevoaram as cidades e se reuniram com técnicos das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Transportes, Ciência e Tecnologia, Habitação e Meio Ambiente, bem como com o pessoal da Agência de Águas (Adasa), da CEB e do Ibram (Instituto Brasília Ambiental). No último contato oficial, um jantar oferecido na casa do governador, os cingapurianos já esboçaram a ideia do que seria o plano macro de desenvolvimento para o DF. “O planejamento consiste na integração das áreas, facilitando a mobilidade urbana, e preocupação com meio ambiente, moradia e lazer”, detalha o chefe da Assessoria Internacional do GDF, Odilon Frazão.
Missão Internacional – O contrato com Cingapura será assinado na quarta-feira, mesmo dia em que a comitiva do DF participará do Latin Asia Business Forum (LAB 2012), encontro de negócios entre a Ásia e a América Latina. Na véspera, o governador fará uma apresentação sobre oportunidades no Distrito Federal à ST Engineering, uma das maiores do mundo no ramo de engenharias avançadas e tecnologias militares. A empresa busca um local para se instalar na América do Sul. Brasília vai se candidatar a recebê-la.
Na ilha, a comitiva conhecerá, ainda, a Nanyang Technological University, a única do mundo a abrigar uma filial do estúdio Dreamworks, dos filmes Shrek e Kung Fu Panda. A Nanyang procura um lugar nas Américas para instalar uma Escola de Arte, Design e Mídia. “Temos o lugar perfeito para eles, contíguo à Cidade Digital, vamos tentar atraí-los para Brasília”, afirma o governador.
A missão também passará pelo Japão – onde serão visitadas as fábricas da membrana e da estrutura metálica da cobertura do Estádio Nacional Mané Garrincha – e pela Alemanha, onde o governador iniciará as negociações para trazer ao DF uma prova do City Challenge, corrida automobilística centrada em tecnologias sustentáveis.