18/03/2013 às 22:05, atualizado em 17/05/2016 às 14:35

Brasília entra na disputa para criação de polo turístico internacional

Mesa-redonda com representantes norte-americanos e do Governo do Distrito Federal tratou da possibilidade de financiamento para grandes projetos e assuntos como energia, comércio e segurança em eventos

Por Secretaria de Comunicação Social


. Foto: Roberto Barroso

Depois de uma mesa-redonda, feita na manhã desta segunda-feira (18) na sede do Departamento de Estado da Casa Branca, com dirigentes de todas as agências norte-americanas ligadas ao desenvolvimento econômico, o governador Agnelo Queiroz decidiu entrar na disputa pela criação de um grande polo turístico internacional em Brasília. “Temos potencial para sediar na América do Sul um desses parques temáticos internacionais dos EUA”, disse, na saída da reunião. “Isso nos traria muitos turistas e recursos”, completou.
 

A ideia surgiu com base nas várias alternativas de financiamento e negócios discutidas durante a reunião, articulada pela assessora especial para Assuntos Globais Intergovernamentais do Departamento de Estado norte-americano, Reta Jo Lewis. A gerente para América Latina e Caribe da Agência para o Comércio e o Desenvolvimento do governo norte-americano, Gabrielle Mandel, informou dispor de dinheiro a fundo perdido para financiar estudos de viabilidade. “Empregamos os recursos de forma a planejar projetos que as empresas norte-americanas possam explorar”, explicou Mandel.
 

Integrante da comitiva liderada pelo governador, o secretário de Turismo, Luis Otávio Neves, ressaltou as características geográficas, urbanísticas e socioeconômicas do Distrito Federal como essenciais para atrair esse tipo de investimento. “Brasília está no meio da América do Sul, é equidistante de todas as capitais brasileiras e tem a maior renda per capita do país”, discursou.
 

Pelo menos dois dirigentes de grandes fontes de financiamento ligadas ao governo norte-americano, o diretor do Eximbank, Sean Mulvaney, e o coordenador de desenvolvimento de negócios do Overseas Private Investment, Brian O’Hanlon, deixaram claro que a Casa Branca tem grande interesse na expansão da economia brasileira para aumentar as exportações em direção ao país – os EUA foram, durante anos, os principais parceiros comerciais do Brasil, mas perderam o posto para a China. “O Eximbank vai fazer parceria em projetos que vocês apresentarem para desenvolver a economia”, falou Mulvaney. O Overseas Private tem US$ 16,4 bilhões na carteira para investir.
 

Isto é, há recursos governamentais do governo norte-americano para financiar tanto os estudos de viabilidade quanto o planejamento e a execução dos projetos. “Vamos montar uma agenda futura entre nós, técnicos dos dois lados, de forma a concretizar os projetos que tragam benefícios mútuos”, amarrou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Gutemberg Uchôa. “A diretriz do governador está dada, cabe a nós darmos continuidade a essa articulação feita por Reta Jo Lewis”, reforçou o secretário-chefe da Assessoria Internacional, Odilon Frazão. Uma nova rodada de reuniões, desta vez envolvendo somente as áreas técnicas, será marcada na próxima semana.
 

Outros temas – Além da possibilidade de financiamento a grandes projetos, a mesa redonda abordou os temas de energia, comércio e segurança em grandes eventos. O governador Agnelo Queiroz apresentou seus planos de transformar o Distrito Federal num polo global de serviços. “Precisamos desenvolver a economia privada para garantir nosso futuro”, disse.
Ele fez uma explanação sobre o projeto Brasília 2060: planejamento do polo logístico, do centro financeiro internacional e da cidade-aeroportuária, ampliação do polo JK, construção da Cidade Digital e também o papel de Brasília nas copas do Mundo e das Confederações. “Queremos compartilhar com vocês todas essas oportunidades”, completou.
 

A missão internacional acabou com o cumprimento, um largo sorriso e um afetuoso abraço de Reta Jo Lewis no governador: “Muito bem, tinha muito recurso em volta desta mesa”, comemorou a assessora do Departamento de Estado.
 

Mesa-redonda – Participaram do Encontro, pelo lado americano:

Reta Jo Lewis – Assessora especial para Assuntos Globais Intergovernamentais do Departamento de Estado;
Robert Manogue – Diretor do Gabinete para Assuntos de Comércio Bilateral do Departamento de Estado;
Ricardo Sanders – Diretor do Gabinete para o Brasil e Cone Sul do Bureau Ocidental do Departamento de Estado;
John Hurley – Chefe da Unidade de Coordenação de Segurança de Grandes Eventos do Departamento de Estado;

Sean Mulvaney – Diretor do Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos;
David Hinson – Diretor nacional da Agência de Desenvolvimento de Negócios ligados às Minorias do Departamento de Comércio;
Gabrielle Mandel – Gerente nacional para América Latina e Caribe da Agência para o Comércio e o Desenvolvimento;
LaDoris Harris – Diretor do Gabinete para o Impacto Econômico e Diversidade do Departamento de Energia;
Brian O’Hanlon – Coordenador de desenvolvimento de negócios do Overseas Private Investment Corporation.

E pelo lado brasileiro:

Agnelo Queiroz – Governador do Distrito Federal;
Gutemberg Uchôa – Secretário de Desenvolvimento Econômico;
Odilon Frazão – Secretário-chefe da Assessoria Internacional;
Luis Otávio Neves – Secretário de Turismo;
Ugo Braga – Secretário de Comunicação Social;
Hamilton Pereira – Secretário de Cultura.