20/04/2015 às 01:55, atualizado em 17/05/2016 às 14:47

Erudito, samba, baião e outros sons no Parque da Cidade

Mais uma apresentação de grupos locais animou as festividades dos 55 anos de Brasília

Por Isaac Marra, da Agência Brasília


. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Em mais uma rodada de apresentações culturais para comemorar o 55º aniversário de Brasília, o estacionamento 12 do Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade, foi um dos palcos da noite deste domingo (19).

Quem deu as boas-vindas ao público foi o Quarteto Capital, formado por músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Ao longo de uma hora, eles passearam por um repertório que ia do erudito ao popular; de Mozart a Barão Vermelho.

O carioca radicado em Brasília Marcelo Café subiu em seguida. Com um repertório calcado no samba e no samba-rock, ele se inspira em ícones da música popular brasileira, como Cartola, Paulinho da Viola e João Nogueira. Acompanhando o raciocínio de outros artistas da cidade, Marcelo, morador de Ceilândia, elogiou a iniciativa do governo de fomentar a cultura local: “É uma oportunidade muito bacana mostrar nosso trabalho e valorizar a música produzida aqui”.

O grupo Seu Estrelo e o Fuá de Terreiro se apresentou na sequência e levou ao público uma vibrante batida de tambor. O chamado samba pisado animou o casal colombiano Diana Herrera e Fernando Róman, que dançou até o fim da apresentação. “É o amor que nos une, resiste até à chuva”, declarou-se em meio ao temporal a estudante de pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade de Brasília (UnB). Fernando, engenheiro, disse que veio a Brasília visitar a amada para “matar a saudade”.

Já a jovem cantora brasiliense Ana Reis trouxe clássicos do samba, da MPB, do baião e de outros ritmos. Ela também cantou músicas do seu recente álbum, Quisera eu, e mostrou canções de um DVD que será gravado no Sesc de Ceilândia em 31 de maio. A obra é batizada de Toda em si.

Qualidade
A Orquestra Popular Marafreboi animou os presentes com sons à base de instrumentos de sopro. O grupo tem uma década de estrada e preserva as tradições do maracatu, da catira, da ciranda e do bumba-meu-boi. Já se apresentou em outras edições do aniversário de Brasília, mas, para o maestro Fabiano Medeiros, cada etapa tem seu simbolismo. “É bom renovar essa participação como elemento da diversidade, a maior identidade cultural da cidade. Tenho orgulho de participar dessa colcha de retalhos que é a cultura de Brasília”, frisou.

Depois de prestigiar o baile a céu aberto na praça do Conjunto Cultural da República, Rodrigo Rollemberg esteve no Parque da Cidade acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg. O casal dançou a ciranda de Lia de Itamaracá, que encerrou a festa. A pernambucana estava acompanhada do Som na Rural, um veículo Ford Rural ano 1969 adaptado com estúdio e sistema de som usado na divulgação da cultura nordestina. “Tudo foi feito com simplicidade, mas com muito bom gosto. Quem tem participado está aprovando os eventos”, afirmou o governador.

A servidora pública Sônia Palhares, de 53 anos, acompanhou todas as apresentações e mostrou-se surpresa com a qualidade do espetáculo. “Os eventos são mais modestos, mas ótimos. Além da música boa, gera mais trabalho para os artistas daqui”, observou a carioca residente em Brasília há 37 anos.

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