Segunda dose da vacinação contra o HPV já está disponível

As meninas vacinadas contra o papilomavírus humano (HPV) em março deverão voltar às unidades de saúde este mês para receber a segunda dose. Quem pertence ao público-alvo e ainda não tomou a primeira dosagem também deve procurar qualquer centro de saúde do Distrito Federal.

Neste ano, o público-alvo são meninas de 9 anos, que correspondem a 21.156 crianças residentes no DF. De janeiro até o fim de agosto, somente 7.644 procuraram as unidades para receber o composto contra o HPV. O intervalo entre as duas primeiras doses deve ser de 180 dias. Já a terceira aplicação precisa ser feita 60 meses após a primeira.

Desde o ano passado, a vacinação contra o HPV, usada na prevenção do câncer de colo de útero, está disponível em todas as salas de vacinação do Distrito Federal, pois passou a fazer parte do calendário do Ministério da Saúde. Em março e em setembro, é feita uma convocação nacional para que meninas que integram o público-alvo da campanha compareçam às unidades de saúde.

“O impacto da vacinação, em termos de saúde coletiva, só se dá pelo alcance de altas coberturas vacinais. Para se alcançar o objetivo de reduzir a incidência do câncer do colo de útero nas próximas décadas, é importante iniciar e completar o esquema de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde”, ressalta a chefe do Núcleo de Imunização da Secretaria de Saúde do DF, Eudóxia Rosa Dantas.

Mulheres portadoras do vírus HIV com idade entre 9 e 26 anos também devem tomar a vacina contra o HPV. Para esse público, o composto é disponibilizado nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries), mediante a apresentação de prescrição médica.

As vacinas são quadrivalentes e imunizam contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. As doses são repassadas à Secretaria de Saúde pelo governo federal, que arca com a aquisição do material. No ano passado, segundo o Ministério da Saúde, 50 mil garotas com idades entre 9 e 13 anos foram vacinadas no DF.

Incidência

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de tumor que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número de mortes aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença. Em relação ao câncer de colo de útero, estudos apontam que 270 mil mulheres morrem anualmente devido à doença. O Inca estima que, entre 2014 e este ano, haverá 15 mil novos casos no Brasil.