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22/05/2016 às 10:42, atualizado em 06/12/2016 às 13:12
Em 2015, DF ficou em primeiro lugar em cirurgias desses órgãos considerando a proporção populacional
O Distrito Federal fechou o ano de 2015 com o maior o número de transplantes de coração e de córnea no País em relação à quantidade de habitantes. No ranking nacional, a cidade ficou em segundo lugar nesse tipo de cirurgia de fígado, em terceiro de medula óssea e em sétimo de rim. Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
No total, considerando todos os transplantes, Brasília conquistou o terceiro lugar, atrás apenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul, líder na lista. Em relação às operações cardíacas, o DF foi a única unidade da Federação a ultrapassar a meta da associação de transplantar oito corações por milhão de população — medida usada para quantificar os procedimentos contextualizando com o número de habitantes. Aqui houve 30 cirurgias de coração no ano passado, o que representa 10,5 por milhão de população.
O número de doadores também foi significativo. De 289 famílias notificadas porque parentes morreram como potenciais doadores, 81 concederam autorização, e 36 pacientes tornaram-se doadores múltiplos de órgãos.
A diretora da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde, Daniela Salomão, diz que, apesar de o DF estar em segundo lugar no ranking de doadores, falta maior conscientização. “É algo ainda muito cíclico. Tem meses que conseguimos alcançar a meta mensal de doadores em uma semana, mas em outros ficamos muito abaixo. Ainda precisamos encontrar um caminho para melhorar a cultura da doação de órgãos no Brasil”, opina.
[Numeralha titulo_grande=”186,9″ texto=”Número de operações de córneas em 2015 na capital por milhão de população — mais que o dobro da expectativa, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
As famílias podem decidir quais órgãos desejam doar do parente falecido, mas não quem vai recebê-los. É respeitada a ordem de inscritos na lista de quem precisa de cirurgias de acordo com a compatibilidade.
Quando se identifica um potencial doador, uma equipe da central de transplantes tenta entrevistar a família. Na ocasião, a doação é apresentada como uma alternativa. Para que os órgãos sejam mantidos em boas condições, desde a morte até a abordagem aos familiares, o trabalho é dividido em várias frentes.
Daniela exemplifica medidas que contribuem para a presença de destaque do DF no ranking nacional. “Primeiro, precisamos que os funcionários dos hospitais tomem os cuidados necessários. Todo ano fazemos capacitação para as equipes médicas e de enfermagem.”
Servidores da central de transplantes — que fica no Hospital de Base — também precisam se deslocar para entrevistar a família e coletar os órgãos. Nesse quesito, a diretora destaca que a parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi fundamental em 2015. “Sem transporte, o processo ficaria travado.”
A quantidade de operações de córneas no DF ultrapassou a expectativa. Foram 186,9 por milhão de população em 2015, mais que o dobro da necessidade estimada de 90, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Isso significa que, além de superar a demanda interna, Brasília recebe pacientes de outras unidades federativas. “Atendemos muitas pessoas do Entorno e de outros estados que vêm para cá, porque a nossa fila anda muito rápido. O tempo médio de espera (por córneas) é de um mês”, afirma a chefe do Banco de Olhos do Hospital de Base, Mônica Barbosa dos Santos.
No primeiro trimestre deste ano, foram feitas 34 cirurgias de rim na capital — o que representa 46,7 por milhão de população e o segundo lugar nacional. Houve ainda 11 procedimentos de coração, 17 de fígado, 112 de córnea e 19 de medula óssea. Nesses quatro, Brasília lidera o ranking. Não são feitos outros tipos de transplante na cidade.
Edição: Marina Mercante