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05/06/2016 às 22:59, atualizado em 13/12/2016 às 13:45
Material para a obra foi cedido pela Novacap. Forças de segurança falaram de operação que desocupou antigo hotel em entrevista coletiva neste domingo (5)
Para isolar a estrutura do antigo Hotel Torre Palace, desocupado neste domingo (5), a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social começou a construir um muro que vai chegar até o primeiro andar do prédio. Com tijolos e cimento fornecidos pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), o procedimento foi iniciado às 14 horas com o apoio de empresários do Setor Hoteleiro Norte, onde fica o edifício. Eles cederam três pedreiros para adiantar o serviço.
A partir de segunda-feira (6), presos em processo de reeducação e inserção social da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal continuarão o trabalho. Eles vão lacrar portas e janelas. O andar térreo e o primeiro pavimento receberão o isolamento. Além desse procedimento, a segurança será garantida diariamente pela Polícia Militar do Distrito Federal, e posteriormente ficará a cargo dos proprietários do hotel.
Os custos do serviço e dos cinco dias de operação para retirada dos ocupantes do imóvel serão calculados pela pasta e enviados à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, para que constem no processo e sejam cobrados dos herdeiros. Eles discutem na justiça a partilha do prédio.
Os 13 adultos presos na desocupação têm ligação com o Movimento de Resistência Popular, dissidência do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, segundo a Polícia Civil do DF. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva no fim da tarde, na sede da Subsecretaria de Integração de Operações de Segurança Pública. A pasta da Segurança Pública e da Paz Social, juntamente com todos os órgãos envolvidos, explicou a operação de desocupação do hotel iniciada na quarta-feira (1º).
Todos os detidos permanecem no Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do DF. Para a corporação, a atuação dos envolvidos se assemelha a de uma organização criminosa. “Temos em nosso inquérito informações suficientes para embasar a denúncia e consequente condenação desses elementos”, destacou o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba.
Os invasores se enquadram em crimes relacionados à organização criminosa, à tortura (contra as quatro crianças), à desobediência, à resistência, ao dano aos patrimônios público e privado e ao dano por motivo egoístico, segundo a PCDF. Considerado líder do movimento, Edson Francisco da Silva, ainda poderá ser enquadrado por tentativa de homicídio, pelo episódio de ataque a um helicóptero da PMDF com pedras e morteiros.
“O fundamental para o sucesso dessa ação foi a integração entre os entes públicos”, enfatizou a secretária da Segurança Pública, Márcia de Alencar. Ela falou ainda sobre as atitudes do grupo invasor. “Nós não queremos criminalizar movimentos sociais. Nosso objetivo é identificar pessoas que agem de maneira criminosa dizendo que são ligadas a movimentos legitimamente atuantes”. As forças de segurança repudiaram, em especial, a não liberação das crianças diante dos riscos que apresentam a estrutura do prédio.
As quatro crianças – uma de 3 meses, outra de 3 anos e duas irmãs de 7 e 10 anos – foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros assim que deixaram o prédio. Em seguida, passaram pelo Hospital Materno-Infantil de Brasília. No início da tarde, seguiram para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil, onde foram ouvidas e passaram por exames no Instituto Médico Legal. Somente a mais nova tinha escoriações na pele, mas todas apresentavam bom estado geral de saúde.
Ainda no domingo (5), elas foram encaminhadas para a Vara da Infância e da Juventude do DF, que acionou parentes para ficarem com a guarda das crianças. A de 3 anos se juntou a familiares no entorno do DF, em Planaltina de Goiás. As outras três estão com parentes em Brasília.
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A partir da manhã desta segunda-feira (6), agentes da Vigilância Ambiental em Saúde, da Secretaria de Saúde, farão a dedetização do ambiente, trabalho que deveria ter ocorrido na quarta-feira (1º). A operação para desocupar o edifício começou justamente quando impediram o trabalho no local.
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, esteve no prédio e percorreu o subsolo e os quatro primeiros andares da estrutura. “As condições sanitárias não existem neste ambiente”, enfatizou. “Agora é iniciar um combate contra infestações de ratos, escorpiões e, principalmente, do mosquito Aedes aegypti. O maior perigo é, com a saída dos ocupantes, esses vetores de doenças buscarem novos abrigos”, completou.
Ainda de acordo com o secretário, esse trabalho ocorrerá em duas etapas de aproximadamente uma semana cada uma. Na primeira, a dedetização ocorrerá de imediato, enquanto, na segunda, o hotel deverá estar livre de entulhos.
Também participaram da entrevista coletiva, entre outras autoridades: os comandantes-gerais da PMDF, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, e do Corpo de Bombeiros Militar do DF, Hamilton Santos Esteves Junior; a diretora-geral do Serviço de Limpeza Urbana, Kátia Campos; o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Departamento de Trânsito do DF, Silvain Barbosa Fonseca Filho; a diretora-presidente da Agência de Fiscalização do DF, Bruna Pinheiro; o diretor-presidente interino da Novacap, Júlio Menegotto; o subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Sérgio José Bezerra, e o subchefe da Ordem Pública e Social, coronel Cláudio Fernando Condi, ambos da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social.
Edição: Amanda Martimon