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28/06/2016 às 16:30, atualizado em 05/07/2016 às 14:42
Pesquisa da Codeplan também mostra haver mais mineiros do que cariocas na região administrativa, que foi criada para abrigar servidores públicos vindos do Rio de Janeiro
Com um total estimado de 33.539 moradores, 42,27% da população do Cruzeiro é nascida no Distrito Federal — a maioria, formada por mulheres (54,66%). Entre os outros 57,73%, a maior parte veio do Nordeste (43,16%). Os dados são da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2015/2016 da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), divulgada em entrevista coletiva nesta terça-feira (28), no edifício-sede da empresa pública.
Embora ocupado inicialmente — a partir de 1955 — por funcionários públicos do Rio de Janeiro transferidos para Brasília, atualmente, os cariocas que moram no Cruzeiro (11,41% dos habitantes) ficam atrás dos mineiros (15,6%). Para receber aqueles servidores na época, as primeiras construções de casas geminadas começaram em 1958. Em relação ao tempo de moradia, do total de residentes, 40,18% estão na região administrativa há 25 anos ou mais.
Entre as 31 regiões administrativas de Brasília, o Cruzeiro tem a décima quinta maior taxa média de crescimento populacional por ano. As duas maiores são Riacho Fundo II e Itapoã. “O Cruzeiro é uma região bastante consolidada, não tem para onde crescer”, explica a gerente de Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Iraci Peixoto.
Em relação aos postos de trabalho, houve aumento no número dos que atuam no próprio Cruzeiro. Em 2013, 22% da população trabalhava na região administrativa. Já em 2016, o porcentual subiu para 27,4%. “A região administrativa apresenta fortalecimento em determinados setores. Ainda não temos isso detalhado, mas vamos estudar o porquê dessas mudanças”, ressalta Iraci. A quantidade daqueles que se deslocam às Asas Sul ou Norte diminuiu de 61,6% para 53%.
Quanto à idade, do total de habitantes, 51,33% estão na faixa etária de 25 a 59 anos. Os idosos, acima de 60 anos, somam 22,44%. Aqueles com até 14 anos totalizam 13,31%.
Segundo a Pdad, quase todos os domicílios do Cruzeiro têm acesso a infraestrutura, como asfalto, calçadas, iluminação pública, rede pluvial de água e saneamento básico. Os recursos, informa a Codeplan, estão disponíveis em 98% das residências pesquisadas. “Os dados indicam o Cruzeiro como um dos locais com a qualidade de vida mais alta no DF”, ressalta o presidente da companhia, Lucio Rennó.
Outro resultado de destaque do levantamento foi o da escolaridade. Na faixa etária entre 7 e 17 anos, 98% das pessoas estão nas escolas. Das que têm de 18 a 25 anos, 52% estudam, dos quais 46% fazem faculdade. O maior índice de instrução está no ensino superior, com 32,72% (incluindo especialização, mestrado e doutorado), seguido pelo nível médio completo, com 27,79%.
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Mesmo com queda de 2013 para 2016, a renda per capita da população do Cruzeiro está entre as mais altas do DF, com média de R$ 2,7 mil (3,1 salários mínimos) — fica atrás do Park Way, do Jardim Botânico e do Guará. A renda domiciliar média apurada foi de R$ 7.797, o correspondente a 8,86 salários mínimos.
Concebido como parte do Plano Piloto, o Cruzeiro foi fundado em novembro de 1959, com o nome Setor de Residências Econômicas Sul (SRES), atual Cruzeiro Velho. No final dos anos 1960, o setor vizinho, o Cruzeiro Novo, deu nova conformação ao desenho urbano, habitado por funcionários do governo de Brasília e da iniciativa privada.
A região administrativa foi criada pela Lei nº 49, de 25 de outubro de 1989. Desde 1992, é considerada Patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade, conforme prevê o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, e a Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992, do atual Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura.
Acesse a íntegra da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2015/2016 do Cruzeiro
Edição: Raquel Flores