21/07/2016 às 17:07, atualizado em 22/07/2016 às 18:25

Ópera une alunos, ex-alunos e professores da Escola de Música de Brasília

Obra italiana adaptada ao sertão nordestino será apresentada gratuitamente neste fim de semana (23 e 24). Projeto é uma das iniciativas conjuntas que ocorrem na instituição desde abril

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

Há 20 dias, músicos e cantores da Escola de Música de Brasília Maestro Levino de Alcântara tomam o palco do teatro da instituição para ensaiar a ópera Gianni Schicchi, do compositor Giacomo Puccini. São cerca de cem envolvidos no projeto encabeçado pela nova gestão e produzido com ajuda de alunos, ex-alunos e professores do centro de ensino. Neste fim de semana (23 e 24), eles se apresentam gratuitamente em sessões que começam às 19 horas. O teatro fica na 602 Sul e tem capacidade para 560 lugares.

Cerca de 50 músicos compõem a orquestra que vai executar a ópera.

Cerca de 50 músicos compõem a orquestra que vai executar a ópera. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Para a diretora da escola, Edilene Abreu, a interação com o público por meio do projeto foi um dos fatores que contribuíram para o grande interesse nos cursos. A demanda por essas turmas neste semestre foi de 10.567 alunos, que disputaram 1.798 vagas em 30 modalidades — em 2015, foram 5,8 mil candidatos para 900 vagas. “É uma forma de as pessoas conhecerem instrumentos e entenderem como funciona o trabalho na escola”, explica a diretora.

Maranhense em Brasília desde 1995, a educadora, que trabalhava na regional de São Sebastião, aceitou o convite da Secretaria de Educação em abril de 2016 para assumir a direção da Escola de Música de Brasília. “É encantador e desafiador lidar com tantos artistas”, confessa. Assim que chegou ao local, Edilene reuniu alunos, professores e ex-alunos colaboradores para atuar de forma conjunta. “Tem alunos trabalhando na nossa logomarca, outros reformando instrumentos, é bonito de se ver.”

Desde então, têm sido feitos levantamentos de pontos que devem ser resolvidos com urgência, como a mudança nos currículos e reformas. Para Edilene, o maior desafio é aumentar a autoestima da instituição como um todo.

As medidas de reestruturação da Escola de Música de Brasília tiveram início em meados de abril, depois do afastamento por 60 dias do ex-diretor Ayrton Pisco por um processo administrativo disciplinar. A nova gestão ficou incumbida pela Secretaria de Educação a estreitar as relações com o corpo docente e investir em melhorias imediatas para o espaço.

Prestes a se formar, a harpista Verônica Mamede, de 28 anos, aluna da escola desde 2004, percebeu as mudanças de forma positiva. “Os currículos foram atualizados, mas o que sentimos mesmo foram as reformas nos banheiros e na iluminação”, destaca a moradora de Ceilândia. Os reparos nos banheiros e o investimento na iluminação foram feitos com recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) e executados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).


Verônica é um dos 2.340 estudantes matriculados na instituição e em breve apresentará seu recital, no qual dedilhará uma harpa orquestral de 47 cordas. Para alunos como ela, a diretora ainda adianta que há planos de incentivar a colação de grau em grupo. “É uma forma de valorizá-los além do fazer artístico, formalmente, e juntos, como uma escola deve funcionar”, conclui. A próxima seleção de alunos para a Escola de Música de Brasília ocorrerá em novembro. A data e o número de vagas ainda não estão definidos.

Gianni Schicchi — Ópera de Giacomo Puccini
23 e 24 de julho (sábado e domingo)
Às 19 horas
No teatro da Escola de Música de Brasília (L2 Sul, Quadra 602, Módulo D)
Classificação livre
Entrada franca

Edição: Paula Oliveira