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26/07/2016 às 13:18, atualizado em 26/07/2016 às 17:17
Campanha Julho Amarelo, promovida pela Secretaria de Saúde em parceria com outras instituições, começa nesta quarta-feira (27). Cerca de 4 mil pessoas poderão checar se são portadoras dos vírus dos tipos B e C
As hepatites virais atingem centenas de milhares de pessoas no Brasil e provocam mais óbitos que o HIV (vírus transmissor da aids), mas não adquiriram o mesmo nível de conscientização, por parte da sociedade, de outras doenças mais conhecidas e menos letais. Por isso, elas serão alvo de uma série de ações de saúde, promovidas por conta do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais (28 de julho).
A campanha, conhecida como Julho Amarelo, é promovida pela Secretaria de Saúde do DF em parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia e a ONG Candangos da Paz. O objetivo é fazer 4 mil testes para os tipos B e C da doença em vários locais do Distrito Federal.
Desenvolvidas por cerca de 30 profissionais de saúde, as atividades incluem, além dos testes rápidos, divulgação de informações sobre prevenção e tratamento das hepatites virais e, em caso de resultado positivo, aconselhamento e tratamento nos centros de referência da rede pública de saúde do DF. “A hepatite C tem tratamento rápido e eficaz, totalmente disponibilizado pelo SUS, com índice de cura em torno de 90%, alcançado em 12 semanas”, afirma o médico infectologista da Secretaria de Saúde e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia do DF, José David Urbaez.
Ele ressalta o caráter silencioso das hepatites virais que, por serem assintomáticas por muitos anos, quando se manifestam levam a quadros graves, de difícil tratamento. “Quando o indivíduo descobre a doença com a eclosão dos sintomas, pode ser tarde, por isso a importância da identificação precoce do vírus no organismo, em tempo de promover um tratamento bem-sucedido e prevenir futuros danos”, alerta.
No caso da hepatite B, 90% dos casos em adultos são transmitidos em relações sexuais. No entanto, mesmo que a vacina hoje esteja disponível na rede pública de saúde, David Urbaez relata uma certa displicência do principal público-alvo na prevenção da doença – o segmento integrado entre adolescentes e jovens adultos. “Como a vacina é administrada em três doses em datas diferentes, esse grupo acaba por negligenciar em relação à sequência das aplicações, tornando sem efeito o processo de imunização. Por isso, é importante que essas informações cheguem ao público e aumentem o nível de consciência sobre o problema.”
Sem tratamento, 85% dos portadores do vírus da hepatite C tornam-se doentes crônicos. Já no caso da hepatite B, cerca de 95% dos infectados evoluem para a cura espontânea, “tendo ou não os sintomas da doença” — os 5% restantes são atingidos por graves problemas de saúde, sem cura. “Nesses casos, como acontece com o HIV, o tratamento é feito exclusivamente para evitar a replicação do vírus no organismo pois, uma vez suspensa a medicação, ele se multiplica novamente, sendo sempre a prevenção o melhor caminho”, indica Urbaez.
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De acordo com enquete nacional por amostragem, feita em 2005, estima-se que 1% da população brasileira tenha o vírus da hepatite C. No Distrito Federal, com base nessa mesma perspectiva, seriam entre 25 e 30 mil pessoas, com menos de 2 mil já identificadas. “É muito importante que a população e os próprios profissionais de saúde conheçam esses números e passem a solicitar os testes em exames de rotina. Essa simples medida é capaz de evitar sérios danos à saúde em fases posteriores”, previne o infectologista.
De acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites podem ser causadas por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Os sintomas são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Porém, a doença é silenciosa e nem sempre mostra esses sinais.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E. Os danos mais graves podem ser cirrose e câncer.
Fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E).
Transmissão sanguínea: prática de sexo desprotegido e compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B,C e D).
Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,C e D).
Julho Amarelo em Brasília
Teste rápido para hepatites B e C e divulgação da luta contra as hepatites virais
27 de julho (quarta-feira)
Das 13 às 18 horas
Feira dos Importados
28 de julho (quinta-feira)
Das 8 às 13 horas
Planaltina
29 e 30 de julho (sexta-feira e sábado)
Das 10 às 18 horas
Granja do Torto – na programação do Brasília Moto Capital