23/09/2016 às 09:20, atualizado em 30/01/2017 às 16:00

Moradores de Brazlândia economizaram 7,7% de água em nove dias

Recurso poupado contribuiu para que a Caesb reduzisse os cortes programados na região administrativa

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

A maior escassez hídrica já registrada na história de Brasília fez o Executivo anunciar várias medidas para garantir o abastecimento da cidade até a chegada das chuvas. Além de ações governamentais, parte dos moradores da capital já começou a economizar o recurso. Em Brazlândia, uma das regiões administrativas mais atingidas por interrupções no fornecimento, houve redução no consumo de água de 7,7% em apenas nove dias — de 10 a 18 de setembro.

A reação espontânea dos moradores poupou água dos dois córregos — Onça e Barrocão — que levam água às casas, aos comércios e aos órgãos públicos de Brazlândia. O resultado é que os cerca de 40 mil residentes da região administrativa estão há cinco dias sem interrupção no serviço.

Para o presidente em exercício da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Fábio Albernaz, o comportamento dos moradores minimiza os efeitos causados pela pouca disponibilidade de água no local. “A situação em Brazlândia permanece crítica, mas, graças ao esforço da população, os córregos que fornecem água à cidade ficaram um pouco mais folgados. É um alívio imenso, pelo menos até a chegada da chuva.”

Seis regiões administrativas em estado crítico de escassez

Brazlândia integra o grupo de seis regiões administrativas não abastecidas pelos dois principais reservatórios — Rio Descoberto e Santa Maria —, responsáveis por levar água a 87% da população do DF. Na quarta-feira (21), a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF) publicou a Resolução nº 16, de 2016, que estabelece regime de restrição de uso de água potável em Brazlândia, no Jardim Botânico, em Planaltina, em São Sebastião, em Sobradinho e em Sobradinho II.

Os moradores dessas regiões poderão ser atingidos com desligamentos de água que não podem ultrapassar 24 horas. Unidades hospitalares e o Complexo Penitenciário da Papuda — este último em São Sebastião — não serão atingidos pelo plano de restrição dos recursos hídricos.

Pela resolução, a Caesb deverá informar com 24 horas de antecedência quais quadras, conjuntos e lotes serão afetados pela interrupção temporária. O estado declarado de restrição perdurará até que os níveis desses sistemas alcancem patamares hídricos seguros.

Edição: Marina Mercante