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24/10/2016 às 16:53, atualizado em 12/01/2017 às 13:37
Necessária por causa dos baixos níveis das Barragens do Descoberto (foto) e de Santa Maria, medida atinge quem consome mais de 10 mil litros por mês e significa aumento real de 10% para o consumidor
Em 28 de outubro, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios revogou a liminar que limitava a tarifa. Com isso, a Caesb tem a permissão de cobrar taxa extra de 40%, e não mais os 20% anunciados nesta reportagem
O volume de água do Rio Descoberto, responsável pelo abastecimento de 65% do Distrito Federal, atingiu 24,97% nesta segunda-feira (24). Com isso, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) começa a aplicar 20% de tarifa de contingência, com aumento real de uma média de 10% na conta de água do consumidor — para as residências cadastradas como populares, os porcentuais são menores: de 10% na tarifa de contingência e de 5% no aumento real. Os primeiros boletos com a taxa extra serão os de vencimento em dezembro, referentes à leitura do mês anterior.
A companhia calcula que, com uma economia de 15% do consumidor na quantidade de água, a conta com a taxa será até mais barata que a com o volume anterior sem tarifa. “Estamos mais interessados na redução do consumo que na receita que a tarifa de contingência pode gerar”, afirma o presidente da Caesb.
A arrecadação mensal com a tarifa deve ficar entre R$ 8 milhões e R $ 9 milhões, recurso que será usado em campanhas e para ressarcir a empresa pública de algum impacto trazido com a crise hídrica, como a compra de equipamentos e o uso de caminhões-pipa.
Em caso de racionamento, a Caesb informou que serão afetadas as regiões abastecidas pelos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, ou seja, ficarão excluídas do contingenciamento Brazlândia, Planaltina, Sobradinho, São Sebastião e Jardim Botânico.
O governo de Brasília tem três grandes medidas que visam aumentar a captação de água do Distrito Federal, atualmente de 9 mil litros por segundo, para 14,5 mil litros por segundo. São elas a construção do reservatório do Bananal, a construção do reservatório de Corumbá IV e a captação de água do próprio Lago Paranoá.
No caso do Bananal, a ordem de serviço foi assinada, e a previsão de entrega é de um ano. As obras custarão R$ 20 milhões, e a capacidade de vazão de água será de 726 litros por segundo. O sistema de captação de Corumbá IV, que tem investimentos dos governos federal, do DF e de Goiás, deve ficar pronto em 2018 e servirá como auxiliar da Barragem do Rio Descoberto. Já a captação do Lago Paranoá está licitada e visa atender cerca de 600 mil moradores do Lago Norte, do Paranoá, de Planaltina de São Sebastião, de Sobradinho, de Sobradinho II e dos condomínios do Grande Colorado.
Edição: Paula Oliveira