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31/10/2016 às 22:33, atualizado em 31/10/2016 às 23:07
Formatura da primeira turma do Pronatec Mulheres Mil ocorreu nesta segunda-feira (31) no Museu da República. Há apenas quatro meses, elas não tinham especialização, e algumas foram vítimas de violência doméstica
Um grupo de 91 mulheres subiu ao palco do anfiteatro do Museu da República para receber o sonhado diploma. Há apenas quatro meses, elas estavam em situação de vulnerabilidade, não tinham especialização e algumas foram vítimas de violência doméstica. Na noite desta segunda-feira (31), formaram-se em cursos técnicos, que as capacitaram para o mercado de trabalho.
Os cursos de cuidadora de idosos, massagistas, recepcionistas e costura de máquina reta fazem parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que opera em Brasília em parceria com a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, e com a Secretaria de Educação. O evento foi aberto pelo secretário de Educação, Júlio Gregório Filho.
A secretária adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Raissa Rossiter, acredita que o curso deve impulsionar as mulheres para o mercado de trabalho. “É apenas um começo para o crescimento, autonomia e independência”, observa.
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Em julho, as primeiras turmas do Pronatec Mulheres Mil ofertaram 155 vagas. Todas foram preenchidas, no entanto apenas as 91 mulheres chegaram a se formar. “A evasão é grande”, diz a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Lúcia Bessa.
O subsecretário de Educação Básica, da Secretaria de Educação, Daniel Crepaldi, entende a dificuldade. “Quando se começa um curso, a tendência é desistir. Sempre existem obstáculos”, afirma. Para ele, as mulheres são consideradas vencedoras pela conquista.
A formanda no curso de recepcionista Fabíola Santos, de 30 anos, conta ter passado por momentos em que quase desistiu. Vítima de violência doméstica, ela dependia financeiramente do ex-marido, que a agrediu no início do ano. “Ele me perseguiu quatro vezes enquanto eu fazia o curso. Inclusive hoje mais cedo, dia da minha formatura, ele bateu lá em casa.”
Fabíola vende salgados em porta de escola para sustentar os três filhos. Com o curso, a expectativa é conseguir um emprego e fortalecer a autonomia financeira. Pela primeira vez, ela vestiu uma beca. Em uma mão segura um diploma e na outra, uma rosa vermelha. “Eu só me fortaleci. Daqui quero ainda fazer uma faculdade.”
O evento era aberto para amigos e familiares. No início, havia barraca de algodão-doce e de pipoca. Os recursos para fazer a festa e o curso são oriundos do governo federal.
Edição: Vannildo Mendes