04/11/2016 às 08:57, atualizado em 17/11/2017 às 15:22

Risco de escorpiões aumenta em períodos de chuva

Só neste ano, a Diretoria de Vigilância Ambiental atendeu a 597 chamados para captura do aracnídeo. População deve organizar barreiras físicas, como telas e redes, para evitar a entrada de animais peçonhentos em casa

Por Jade Abreu, da Agência Brasília

No período das chuvas, o habitat natural de escorpiões é inundado, e esses aracnídeos procuram locais para se abrigar. Eles se instalam em tubulações de redes de esgoto, nos entulhos e em materiais de construção. Podem também entrar nas casas, onde ficam alojados em tomadas sem uso, em peças de roupa, dentro de sapatos, em quintais e em espaços escuros e reservados.

De acordo com o último levantamento, feito em 20 de julho pela Secretaria de Saúde, 382 pessoas procuraram atendimento médico em Brasília devido a acidentes com escorpiões. Durante todo o ano de 2015, a rede pública recebeu 562 notificações de picada do bicho, contra 524 no ano anterior.

No balanço deste ano, a Diretoria de Vigilância Ambiental, atendeu 597 chamados de captura do aracnídeo em Brasília até 20 de julho. A região administrativa com maior número de chamados foi o Plano Piloto, com 132 ocorrências, seguida de Taguatinga (87) e Sobradinho (48). Nos anos anteriores foram notificadas 970 ligações em 2015 e 1.260 em 2014.

Caso alguém encontre um animal peçonhento, deverá contatar a Vigilância Ambiental pelo número da Ouvidoria da Saúde: 160esquerda

No entanto, o número de chamados não corresponde ao de animais capturados, visto que nem sempre é encontrado um desses exemplares no momento da inspeção.

Em caso de picadas, o socorro deve ser imediato

Caso uma pessoa seja picada, o socorro deve ser no máximo em uma hora. É comum sentir dor e formigamento no local da ferida. Crianças e idosos são considerados pela Secretaria de Saúde mais vulneráveis aos ataques.

O biólogo Israel Martins, da Diretoria de Vigilância Ambiental, explica que, na infância, o sistema imunológico ainda está em formação. “Existe também uma relação do veneno dentro do corpo com o peso da pessoa atingida.” Os idosos são mais suscetíveis por causa do sistema imunológico mais debilitado.

O paciente deverá procurar atendimento emergencial em clínica médica nos hospitais da rede pública. No DF, somente o Hospital de Base não está apto a receber vítimas de picada de escorpião.

Cuidados dentro de casa

Para evitar que o animal entre em casa, o morador deve aumentar as barreiras físicas da residência, como colocar telas, tapar ralos e consertar redes de energia que possam servir de esconderijo para o animal.

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Martins ressalta que a população deve tomar cuidados com frestas e jardins, além de ficar atenta a atitudes indevidas da vizinhança. “É comum que façam reforma em apartamentos e que guardem entulhos em alguns quartinhos do prédio. Esses locais são atrativos para escorpiões.”

Nesse caso, o biólogo recomenda cobrar providências do síndico do condomínio. Reforça também que a pessoa não tente pegar o animal, mas, se o fizer, que esteja equipado com botas, luvas grossas e calças compridas. Por fim, deve colocar o inseto em um frasco de vidro para que não escape.

Segundo Martins, é preciso tomar cuidado com possíveis criadouros. Um casal de escorpiões gera 20 filhotes a cada três meses. Para chegar ao ciclo reprodutivo, esse aracnídeo demora cerca de seis meses.

Caso alguém encontre algum animal peçonhento, deverá contatar a Vigilância Ambiental pelo número da Ouvidoria da Saúde: 160.

Animais capturados vivos são encaminhados ao Butantan

Nesta estação chuvosa, é mais comum o surgimento de escorpiões nas áreas urbanas. No entanto, cobras e aranhas também costumam aparecer e as precauções devem ser as mesmas.

Quando a Vigilância Ambiental captura o animal peçonhento vivo, encaminha-o para o Instituto Butantan, onde o veneno é removido e transformado em soro. Os exemplares que morrem antes desse processo são incinerados.

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Edição: Vannildo Mendes