Bem-vindo(a) ao nosso site! Encontre informações essenciais e serviços para melhorar sua experiência cidadã. Explore e aproveite ao máximo!
Abaixo listamos as Secretarias, Órgãos e Entidades vinculados ao Governo do Distrito Federal, para acessá-los clique na lista ou pesquise.
Na lista abaixo são listadas todas as Administrações Regionais que compõe o Distrito Federal, para acessá-los clique na lista ou pesquise.
05/11/2016 às 09:00, atualizado em 13/12/2016 às 14:58
Local abriga a estação ecológica, que não é aberta ao público comum para garantir a conservação do bioma. Lugar tem mais de 440 espécies de animais
Quem visita o Jardim Botânico de Brasília talvez não imagine a real dimensão do espaço ou toda a reponsabilidade que o local tem para a preservação do bioma Cerrado. Com cerca de 5 mil hectares (500 deles destinados à visitação), o lugar abriga a Estação Ecológica Jardim Botânico de Brasília, com 1.337 espécies típicas de flora e 81 de mamíferos, 277 de aves e 90 de anfíbios e répteis. O lugar foi criado por meio do Decreto nº 14.422, de 1992.
Não é possível precisar a quantidade de animais de cada espécie. No entanto, o estudo de pegadas e fezes e o acompanhamento dos bichos por câmeras com sensor de movimento permitem à equipe do Núcleo de Monitoramento e Controle do Jardim Botânico fazer uma estimativa. O chefe do setor, Roberto Cavalcanti Sampaio, acredita que vivem na estação ecológica pelo menos três suçuaranas, por exemplo (veja o vídeo abaixo).
A onça-parda, como também é conhecida a espécie, é um dos três animais que compõem o topo da cadeia alimentar dentro da estação. Os outros dois são a jaguatirica e o lobo-guará. “Ter essas espécies aqui significa um ambiente altamente equilibrado”, resume Sampaio, ao destacar que existem outros carnívoros no lugar.
Além dos bichos que já vivem no Jardim Botânico, há os que são levados após serem resgatados em áreas urbanas. O processo conta com a parceria de órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que avalia a saúde do animal antes de soltá-lo na área. Estudos prévios são necessários para que o equilíbrio do ecossistema não seja comprometido com a soltura. Cobras, por exemplo, não são mais libertadas na estação, isso porque já há uma quantidade grande desse réptil na área de preservação.
A paisagem lembra cena de filme. Mas, apesar da beleza, com a imensidão de verde e silêncio, a entrada de pessoas não autorizadas é proibida. Fiscalizar o cumprimento dessa norma é uma das principais missões para a proteção do lugar.
De competência da equipe técnica do próprio Jardim Botânico, as fiscalizações são diárias. A prioridade é garantir que a estação ecológica não seja modificada pelo ser humano, preservando todas as espécies que vivem lá. “Se os animais percebem que o habitat deles está sendo ocupado, ele vai procurar outro lugar para viver”, diz o chefe do Núcleo de Monitoramento e Controle. Isso poderia ocasionar atropelamentos e aumento no número de invasões a residências vizinhas ao Jardim Botânico.
Por isso, não é permitida a colheita de sementes ou plantas. Tampouco é possível usar o espaço para passeios, como avisam as placas próximo à entrada da estação. “Atualmente, nosso maior desafio é em relação aos ciclistas”, pontua Sampaio. Além da preocupação ambiental, há o cuidado com a segurança das pessoas que infringem a regra. Em 2013, com uma das câmeras que usa para monitorar a área, a equipe chegou a registrar, minutos antes da passagem de alguém de bicicleta, uma suçuarana, no mesmo lugar. Também há casos mais graves, de morte depois de picada de cobras peçonhentas.
A fiscalização também coíbe a caça, já que alguns animais são ameaçados de extinção. Há cerca de três anos, equipes chegaram a encontrar arapucas para aves raras e tatus.
Com a participação de voluntários, inclusive de fora do Jardim Botânico, o combate a incêndios florestais também é prioridade. Em um acervo científico, onde guarda lembranças de um veado-campeiro que morreu queimado, Sampaio cita com pesar os estragos que o fogo pode causar. “Além das perdas da flora e possivelmente da fauna, isso facilita a proliferação de espécies invasoras, que acabam tomando espaço da vegetação nativa.” Grande parte dos focos de incêndio se iniciam em propriedades vizinhas, com queima de lixo.
Graças aos cuidados dos servidores, neste ano não houve registro de foco no local. Entre as medidas tomadas está a construção de aceiros (limpeza ou corte de terrenos para evitar propagação de incêndio).
A invasão de animais domésticos à estação é outro problema que preocupa o Jardim Botânico. Muitas vezes, cachorros formam matilhas e atacam os bichos silvestres. “É muito importante que os moradores tenham atenção caso seus animais de estimação fujam, se percam, para que não venham para cá”, aconselha o chefe do Núcleo de Monitoramento e Controle.
A área abriga ainda o manancial Cabeça de Veado, de onde é captada a água para a Estação de Tratamento Lago Sul. A unidade da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) abastece as regiões do Lago Sul e do Jardim Botânico.
A Estação Ecológica Jardim Botânico de Brasília, a Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília, integram a Zona de Vida Silvestre da Área de Proteção Ambiental Gama Cabeça de Veado e a Área Núcleo da Reserva da Biosfera do Cerrado, um mosaico de unidades de conservação.
Edição: Marina Mercante