15/11/2016 às 09:25, atualizado em 16/11/2016 às 09:35

Paradas do Cruzeiro são revitalizadas com imagens da história e cultura da região

Ação é feita em parceria da administração com moradores e o comércio local. Ao todo, 20 pontos de ônibus recebem embelezamento com trabalhos artísticos

Por Jade Abreu, da Agência Brasília

As paradas de ônibus do Cruzeiro estão ficando de cara nova. O que antes estava descascado e com a pintura desbotada tem sido restaurado. O novo visual estampa, em forma de arte, a história da região administrativa, que desde 1959 abriga moradores.

Paradas do Cruzeiro são revitalizadas com imagens da história e cultura da região

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Na oitava parada de ônibus, Vivi representou o grupo Arco-Íris, uma associação de combate à Aids com sede no Cruzeiro desde 1990. É uma organização não governamental que acolhe soropositivos e presta assistência e conselho de saúde aos portadores do vírus HIV.

Morador da região administrativa há 52 anos, Marcelo Coutinho diz acompanhar o trabalho da artista. “É muito lindo, fico vendo mudar a cara das paradas.” Ao passar pela oitava pintura, Coutinho puxa a memória: “eu vi a construção dessa parada. Ela já estava tão velhinha”.

A curiosidade dos residentes do Cruzeiro é comum, segundo Vivi. A comunidade para, assiste, dá palpite, elogia e oferece café. “Já almocei na casa de uma moradora que parou para ver a pintura”, lembra a artista.

As pinturas reforçam movimentos culturais e sociais para que outros moradores tenham mais orgulhoReginaldo Sardinha, administrador regional do Cruzeiroesquerda

Ela também já pintou a Igreja de Nossa Senhora da Dores e a Aruc, que representa o berço do samba na cultura brasiliense. O espaço foi desenvolvido pelos primeiros moradores da região, servidores públicos cariocas na maioria, transferidos do Rio com a mudança da capital brasileira para Brasília.

A revitalização das paradas surgiu da articulação do administrador do Cruzeiro, Reginaldo Sardinha, com a artista e comerciantes em torno da parceria. “Era uma forma de melhorar a região sem aumentar as despesas. As pinturas também reforçam movimentos culturais e sociais para que outros moradores tenham mais orgulho”, afirma.

Edição: Vannildo Mendes