18/11/2016 às 12:16, atualizado em 13/12/2016 às 18:15

Plano de Turismo Criativo propõe ações para atrair mais visitantes para Brasília

Ideia é desenvolver a área por meio de projetos inovadores. Lançamento ocorreu nesta sexta (18), com a presença de Rollemberg

Por Saulo Araújo e Mariana Damaceno, da Agência Brasília

A arquitetura inovadora de Oscar Niemeyer presente nos mais importantes monumentos da capital federal contribuiu para inserir Brasília na seleta lista de cidades reconhecidas com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987. A partir de agora, as obras de grande valor histórico e estético serão mostradas aos turistas de forma mais dinâmica. O Plano de Turismo Criativo do DF, lançado na manhã desta sexta-feira (18) durante o II Encontro de Turismo Criativo, tem como foco atrair mais visitantes e fazer com que eles permaneçam mais tempo na cidade.

O evento ocorreu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e contou com a presença do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que destacou o setor como a alternativa mais inteligente e eficiente de promover o desenvolvimento da cidade, além de criar inúmeras oportunidades de emprego. “Temos forte vocação para o turismo de eventos, cultural e cívico. A exemplo disso, estão a Copa do Mundo de Futebol, os Jogos Olímpicos e recentemente o Campus Day”, elencou. Em 2018, a capital do País receberá mais um grande evento internacional, o Fórum Mundial da Água.

“Além de promover a imagem da cidade de forma gratuita, a presença desse público (produtores, cineastas e atores) ainda fomenta a criação de empregos na área de maquiagem, de aluguel de equipamentos, entre outros”Caetana Franarin, subsecretária de Produtos e Políticas de Turismo da Secretaria Adjunta de Turismoesquerda

Dentro do plano está o projeto Brasília Cinematográfica, que vai criar condições para o DF se tornar referência para set de locações de filmes nacionais e internacionais. Para atrair produtores, cineastas e atores do Brasil e do mundo para gravarem na capital, a ideia é fazer parcerias com a rede hoteleira e desenvolver ações com a Secretaria de Mobilidade que simplifiquem a vida de quem trabalha no setor audiovisual.

“Queremos que eles entendam que Brasília facilita os projetos de filmagem. Além de promover a imagem da cidade de forma gratuita, a presença desse público ainda fomenta a criação de empregos na área de maquiagem, de aluguel de equipamentos, entre outros”, explicou a subsecretária de Produtos e Políticas de Turismo da Secretaria Adjunta do Turismo, da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer, Caetana Franarin.

A iniciativa do Brasília Cinematográfica, segundo o secretário adjunto do Turismo, Jaime Recena, seria uma das ações a curto prazo elencadas no plano, que foi construído no decorrer dos últimos dois anos. “Um exemplo disso [da possibilidade do projeto] é o filme O último cine drive-in, que é daqui e agora está disponível no Netflix para o mundo inteiro.” O planejamento com cerca de 150 páginas tem quatro eixos principais: gestão, promoção, infraestrutura e serviços.

Outra medida prevista para alcançar o objetivo, o turismo criativo, é o concurso para escolher uma marca que representará a capital federal. “Igual a outras cidades do mundo, como Nova Iorque [EUA] e Londres [Inglaterra], vamos ter uma marca fortalecida para mostrar Brasília”, detalhou o secretário adjunto. As propostas serão da população, e a escolha da vencedora, segundo ele, deve ocorrer em abril de 2017. “Pretendemos mostrar a cidade que conhecemos, que vai muito além da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional.”

O plano ainda incentiva a melhora dos serviços voltados a atender passageiros em trânsito na cidade. Pessoas que vão passar algumas horas no Aeroporto Internacional de Brasília aguardando o voo serão estimuladas a conhecer a área central em passeios a pé ou de bicicletas do projeto Bike Brasília. O turista receberá um mapa bilíngue e orientações para aproveitar melhor o tempo antes do embarque.

“Dificilmente uma pessoa que vai ao Rio de Janeiro, por exemplo, e tem conexão de quatro horas no Galeão [Aeroporto Internacional] tem a possibilidade de sair de lá e ir ao Corcovado. Brasília tem esse privilégio, de alguém em conexão sair do aeroporto e vir ao Plano Piloto conhecer a cidade” comparou Jaime Recena.

Dentro do conceito de turismo criativo há a necessidade de diversificar a oferta de produtos, e conhecer o perfil do visitante é fundamental para aperfeiçoar os projetos futuros. Para isso, serão contratadas pesquisas para avaliar a impressão do turista sobre Brasília.

O Plano de Turismo Criativo é resultado da parceria da Secretaria Adjunta de Turismo, da Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do DF (Sebrae). Ele custou R$ 95 mil — financiados pelo Sebrae — e formulado com a colaboração e cooperação de representantes de órgãos de governo, sociedade civil, empreendedores, organizações de ensino e lideranças dos setores turístico e cultural da cidade.

Edição: Paula Oliveira