22/11/2016 às 09:12, atualizado em 07/12/2016 às 11:59

Viva Brasília reforça ações de segurança e baixa índices criminais

Programa é executado de forma intensificada desde setembro e apresenta queda expressiva nos casos de roubos e furtos

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Balanço de crime com mais incidênciaDesde setembro, oito regiões de Brasília recebem atenção redobrada no combate à criminalidade. Em sete delas, houve queda substancial em crimes contra o patrimônio, como roubos a pedestres e furtos de veículos. O mês de referência é outubro de 2016, em comparação com os índices captados até o início da pesquisa, em setembro.

O esquema adotado consiste na ação articulada da Secretaria da Segurança Pública a da Paz Social com outros órgãos de governo, para diminuir índices de crimes contra o patrimônio em Planaltina, São Sebastião, Santa Maria, Samambaia, Taguatinga, Ceilândia, na área central do Plano Piloto e na Estrutural.

Só na Estrutural houve queda de 51,2% em registros de roubo a pedestres. O número de casos caiu de 125 para 61 no período. A estratégia adotada usa a metodologia do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, plano de segurança que começa a colher resultados na capital do País.

A metodologia combina ações gerenciais com diálogo, segundo explica a coordenadora do programa, Laiza Stagna, da Secretaria da Segurança Pública. “Na prática, sentamos com esses agentes de segurança pública, os colocamos para conversar, mas não é uma simples conversa. É desenvolver com eles uma gestão para resolução de problemas”, resume.

Cada uma das oito regiões — escolhidas por apresentarem elevados índices criminais — ganhou planejamento diferente, com ações integradas específicas. No caso da Estrutural, foi combinado o policiamento intenso em áreas pré-determinadas com o fechamento do comércio após às 23 horas e a reativação de serviços como do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que atende em uma sala na administração regional.

“O crime não acontece de forma homogênea em todo o território. Temos alguns lugares mais vulneráveis, com crimes específicos, em certos locais e horários, e protagonizados por perfis determinados, seja de vítima ou agressor”Laiza Stagna, coordenadora do programa Viva Brasíliaesquerda

Laiza pontua que não há imposição sobre o que deve ser feito em cada área. As reuniões de planejamento são feitas com agentes que atuam no local afetado e sabem do que lá precisa. “O crime não acontece de forma homogênea em todo o território. Temos alguns lugares mais vulneráveis, com crimes específicos, em certos locais e horários, e protagonizados por perfis determinados, seja de vítima ou agressor.”

As ações são desenvolvidas com base nesses diagnósticos. “Nós encontramos similaridades que nos permitem prever e antever a ocorrência e implementar ações de prevenção”, acrescenta.

Com a integração, foi possível não apenas chegar às áreas mapeadas, mas também a locais próximos para onde o crime poderia migrar. O plano de cada região contém detalhamento do problema, ações propostas e os responsáveis por elas.

A responsabilidade pelas intervenções pode ser tanto de uma força de segurança quanto de outro órgão, como a Secretaria de Mobilidade, a administração regional ou a Companhia Energética de Brasília (CEB). Essa articulação fica a cargo da coordenação do programa.

Ações com cunho policial no primeiro momento

Todos os planejamentos fechados em setembro de 2016 ganharam prazo de dois meses para que dessem resultados. A meta era ter redução de pelo menos 8% em índices de crimes contra o patrimônio específicos em cada região. A estimativa é a mesma de outras partes do País onde o pacto foi implementado.

Por serem áreas com alto índice de criminalidade, é natural, segundo a coordenadora, que no primeiro momento as ações tenham tido caráter mais policial, de repressão. “Com esses índices contidos, a expectativa é construir planos mais preventivos, com ações sociais voltados ao público vulnerável, como jovens e mulheres”, detalha Laiza.

Os prazos para o planejamento fechado em setembro terminam em 29 de novembro, com a avaliação final dos resultados alcançados em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. No entanto, o trabalho continua, com a elaboração de um novo documento e novas metas.

Estrutural e Santa Maria não tiveram nenhum homicídio em outubro

Em sete das oito áreas envolvidas, houve queda nos crimes mapeados em outubro. Apenas Planaltina não teve redução real (veja no gráfico) — o aumento de casos de roubo a pedestre caiu de cerca de 20% (média mensal até setembro) para 3% (em outubro). Regiões como a Estrutural e Santa Maria conseguiram diminuir até crimes mais graves, como homicídio. Nas duas, não houve registro de assassinato no mês.

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Para alcançar o feito, detalha o comandante do 4° Batalhão de Polícia Militar, major Barbosa, o monitoramento dos dados é diário e determinante para atuação. Atualmente, para coibir os roubos em coletivo — outro delito com grande incidência na área —, viaturas ficam em pontos estratégicos do itinerário e chegam a acompanhar os ônibus em horários específicos.

Um posto fixo ainda foi montado no centro olímpico da região para atender os moradores do Santa Luzia — localidade com alto índice de registros —, e policiais ficam a postos onde os roubos a pedestres ocorrem com mais frequência, como paradas de ônibus. A unidade também disponibilizou linhas diretas de contato com a comunidade (3910-1616 e 3190-0400), além do WhatsApp (61) 99410-4737.

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Edição: Vannildo Mendes