08/01/2017 às 10:54, atualizado em 31/01/2017 às 13:17

Voluntários animam rotina em hospitais públicos

Com a missão de arrancar um sorriso dos pacientes, pessoas doam parte do tempo para visitar unidades de saúde

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Há quem acredite que sorrir é o melhor remédio. O grupo Nariz de Palhaço adotou a teoria e duas vezes por mês tenta arrancar dos pacientes do Hospital Regional de Planaltina um riso que sirva como alívio para a dor. A equipe, com aproximadamente 15 pessoas, desenvolve o trabalho na unidade há cerca de um ano e é uma das dezenas que doam tempo aos atendidos na rede pública de saúde do Distrito Federal. 

No Hospital Regional de Ceilândia, 22 voluntários, divididos em seis equipes, doam duas horas do dia para ler de maneira criativa para as crianças da enfermaria e as que ainda esperam atendimento

No Hospital Regional de Ceilândia, 22 voluntários, divididos em seis equipes, doam duas horas do dia para ler de maneira criativa para as crianças da enfermaria e as que ainda esperam atendimento. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

As visitas ocorrem quase todos os dias, com exceção das terças-feiras. É comum observar pais atentos e funcionários debruçados nos vidros da enfermaria para escutar as histórias que os voluntários selecionam. “Eu estava procurando me tornar útil para o próximo e encontrei o Viva”, conta Leda Dal Magro, de 56 anos, coordenadora da associação na unidade de Ceilândia. Para ela, a iniciativa também é uma maneira de incentivar o gosto pela leitura nas crianças.

Gosto que levou Lêda e os companheiros a escolher a contação de história como forma de ajudar o outro. Joelma Martins da Silva, de 47 anos, está no grupo há poucos meses, mas foi inspirada pelo mesmo sentimento de altruísmo. “Todos nós temos uma habilidade que pode ser doada para alguém.”

Caracterizados, os contadores disfarçam as vozes, interagem com as crianças e arriscam fazer com que elas esqueçam, pelo menos por um instante, que estão em um hospital. Para Kristian Samuel da Silva Sousa, de seis anos, deu certo. O menino quebrou o braço e precisou passar por uma cirurgia, mas era o mais animado para responder aos incentivos dos voluntários. “É muito bom ver os olhinhos deles brilhando”, dispara a responsável pelo voluntariado no hospital, Arlete Hosana de Oliveira. “Isso melhora o tempo de resposta ao tratamento.”

Atividade regulamentada 

Além dos voluntários que atuam de forma lúdica, há os que prestam serviços como corte de cabelo, doação de roupas e perucas e oficinas de artesanato e pintura, por exemplo. Todas as atividades de voluntários sociais foram regulamentadas pela Portaria nº 180, de 31 de agosto de 2016.

Os voluntários sociais são diferentes dos voluntários profissionais, cuja atuação também foi regulamentada pela Secretaria de Saúde no ano passado, pela Portaria n° 261, publicada em novembro. Nesse caso, são selecionados profissionais para atuarem em sua área de formação.

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Edição: Saulo Araújo