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21/01/2017 às 09:50, atualizado em 24/01/2017 às 14:29
Único espaço do governo que faz o serviço é especializado em espécies de plantas ameaçadas
O Jardim Botânico de Brasília reativou em janeiro os serviços do laboratório de reprodução in vitro, especializado em espécies ameaçadas de extinção — há cerca de 300 frascos de plantas. A novidade é que agora o setor, que antes trabalhava apenas em orquídeas, também reproduzirá árvores e palmeiras em risco de desaparecimento.
No laboratório, que Lilian compara à barriga de uma grávida, é feita a reprodução. “Na natureza, a orquídea só dará outra mudinha se a cápsula explodir e cair em um fungo específico. Se ela cair em outro lugar, ela não vai germinar.”
Na sala de cultura, é preciso se preocupar com detalhes, como temperatura, higiene e iluminação. O ar-condicionado, por exemplo, fica ligado a uma temperatura de 21 graus, e um aparelho calcula o tempo em que a planta faz a fotossíntese.
No caso de orquídeas, elas ficam por volta de um ano no laboratório — espécies mais raras podem chegar a ficar três anos — até alcançarem o tamanho de 12 a 15 centímetros e estarem prontas para serem transferidas para a estufa. Lá, elas passam por um período de adaptação até ficarem fortes o bastante para serem colocadas na natureza — elas são amarradas em uma árvore e, depois de 15 dias a um mês, se fixam ao tronco.
O período que passam na estufa tenta imitar o máximo possível o que essas plantas encontrariam na natureza, mas com a sombra e a umidade adequada para que elas cresçam saudáveis.
A diretora conta que as árvores e palmeiras que estão em produção agora serão utilizadas para recuperar uma área tomada por espécies invasoras. O órgão também faz o trabalho de parceria com outros jardins botânicos do Brasil, enviando pelos Correios espécies reproduzidas aqui.
A iniciativa faz parte de um plano de ação para os jardins botânicos brasileiros, que envolve a contribuição ao desenvolvimento, manejo e gestão de áreas protegidas e a produção de espécies na área de preservação. “É um trabalho de formiguinha”, defende Lilian. Por não terem como foco apenas o DF, as plantas reproduzidas no laboratório não são necessariamente típicas do Cerrado.
Edição: Paula Oliveira