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27/01/2017 às 15:44, atualizado em 27/01/2017 às 17:09
Lagos Norte e Sul, Jardim Botânico, Paranoá e Itapoã também estão entre as regiões afetadas a partir de segunda-feira (30)
O cenário de escassez hídrica obrigou a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) a implementar medidas para garantir que a capital do País tenha água suficiente no período de seca. Na segunda-feira (30), começa a ser reduzida a pressão em regiões abastecidas pelo Reservatório de Santa Maria. O calendário terá início na Asa Norte, onde o processo deve levar três dias.
Na quinta-feira (2), o ajuste será nas redes da Asa Sul, do Noroeste e do Sudoeste (veja calendário completo no fim da matéria). A expectativa é uma redução no consumo de até 5%, o mesmo porcentual alcançado quando o procedimento foi adotado na área atendida pela Barragem do Descoberto.
Como a bacia de Santa Maria ainda mantém níveis acima de 40% da capacidade, as regiões atendidas por ela (veja parte amarela da arte) ficaram fora do rodízio de fornecimento iniciado em 16 de janeiro, mas agora a água chegará com menos força às torneiras das casas.
A pressão é reduzida por meio do ajuste — manual ou automático — de válvulas e registros espalhados pela rede de abastecimento. A medida diminui a perda da água que corre pelo sistema.
Por isso, o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, destaca a importância de as residências, principalmente os prédios, estarem com as caixas d’água limpas e abastecidas. “Nós ajustaremos a rede para que todos recebam água independentemente do horário, mas, como há grande consumo durante o dia, é preciso estar preparado.” À noite, com a demanda menor, não deve haver falta do recurso hídrico.
No caso do Reservatório de Santa Maria, os 5% esperados na redução do consumo de água significarão uma economia de 80 litros por segundo. Como no caso do rodízio, não há uma data definida para o fim da mudança na pressão da rede. A ideia é que dure até que o depósito alcance um nível seguro para o abastecimento na época da seca. “É muito importante que a população colabore e nos ajude a recuperar o volume dos mananciais. A gente precisa de união para enfrentar a crise”, defende o presidente da empresa pública.
A Caesb também aposta na substituição de válvulas redutoras de pressão em diversas adutoras do DF. Trezentos equipamentos foram instalados em toda a cidade.
Além disso, desde janeiro de 2015, cerca de 150 mil hidrômetros foram ligados, e outros 100 mil ainda devem ser instalados. Por serem novos, eles evitam vazamentos em tubulações. Houve investimento também na troca de redes na Asa Norte, no Lago Sul e no Lago Norte.
A captação irregular de água é outro problema tratado com prioridade pela Caesb. O mais recente levantamento estima que existam cerca de 38 mil ligações clandestinas espalhadas pelo DF. Os chamados “gatos” são responsáveis pelo desvio de 680 metros cúbicos (m3) de água por mês e causam um prejuízo de cerca de R$ 2,7 milhões. Para evitar o crime, há reforço na fiscalização. Somente em 2017, foram 1.039 ações, com quase cem autuações.
A medida atual é uma das armas do governo para minimizar os efeitos da estiagem que levou os dois principais reservatórios de Brasília a atingirem os níveis mais baixos da história. A mais emblemática ação de controle do recurso ainda é o revezamento que teve início no dia 16.
Calendário de pressão reduzida nas regiões abastecidas pelo Reservatório de Santa Maria | |
30/1 | Asa Norte |
2/2 | Asa Sul, Noroeste e Sudoeste |
6/2 | Lago Norte |
9/2 | Lago Sul |
13/2 | Jardim Botânico |
15/2 | Paranoá e Itapoã |
17/2 | SOF Sul, Condomínio Park Sul Prime Residence e Living Superquadra Park Sul |
Uma das razões para as ações distintas é o fato de que os dois depósitos são operados separadamente. Não é possível, por exemplo, levar água do Reservatório de Santa Maria — que estava com 40,68% da capacidade às 7h30 desta sexta-feira (27) — à Barragem do Rio Descoberto, com 22,91% no mesmo horário. Para isso, seriam necessárias obras estruturais complexas, já que a primeira região é mais alta que a segunda.
O rodízio no fornecimento de água nas cidades atendidas pelo Descoberto resultou em economia de 14% nos níveis de vazão e captação de 16 a 22 de janeiro. O índice superou a meta estipulada pela Caesb, que era poupar 10% nesse primeiro ciclo do racionamento.
Edição: Marina Mercante