10/03/2017 às 16:03, atualizado em 13/03/2017 às 10:08

Governo apresenta ações coordenadas para enfrentar a crise da água no DF

Serão 44 iniciativas, com cooperação de 19 órgãos. Plano integrado foi divulgado nesta sexta (10), em reunião do Conselho de Recursos Hídricos do DF

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Como mais uma medida para garantir o abastecimento de água do Distrito Federal no período de estiagem, o governo de Brasília apresentou o Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica, nesta sexta-feira (10), durante reunião do Conselho de Recursos Hídricos do DF no Salão Nobre do Palácio do Buriti.

O plano é resultado do esforço de 19 órgãos para reduzir os impactos e combater as causas estruturais da maior crise de água da história brasiliense.

Participaram da divulgação o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, secretários de Estado, diretores e presidentes de autarquias e empresas públicas e membros da sociedade civil. “Este é um momento importante e desafiador da capacidade de nos unirmos para enfrentar o momento mais difícil, do ponto de vista ambiental, desde a inauguração de Brasília”, defendeu Rollemberg.

Serão 44 ações, divididas em quatro eixos de atuação: Fiscalização, Infraestrutura, Educação e Regulação. Elas complementam o que já foi adotado pelo Executivo, como o racionamento de água, a redução da retirada de água para irrigantes da Bacia do Descoberto, a recuperação de canais e o investimento em novas fontes de captação do recurso. O prazo de implementação é de 180 dias.

O plano também prevê a intensificação de campanhas educativas, em veículos de comunicação, sobre o uso racional da água, no intuito de mobilizar os cidadãos.

Eixos de atuação do Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica

Em relação à fiscalização, órgãos como Agência de Fiscalização do DF (Agefis), Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) darão continuidade a ações como identificar áreas de parcelamento irregular, avaliar lava-jatos e acompanhar autorizações de uso da água para irrigação. As 14 medidas não serão detalhadas por questões estratégicas.

No eixo Educação, a ideia é colocar o tema da água em todos os currículos, como forma de desenvolver a educação ambiental e fortalecer a conscientização dos moradores do DF. “É muito importante que novos valores sejam incorporados nas escolas, porque tenho convicção da importância das crianças na transformação dessa mentalidade”, disse o governador.

Uma atenção especial será voltada para as escolas das regiões abastecidas pela Barragem do Descoberto.

Estão listadas oito iniciativas, como o incremento de recursos do Plano de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) caso a escola consiga economizar água e energia. “Não adianta cobrar economia de água da população se na escola temos válvula hídrica vazando o tempo todo, torneira pingando ou vazamentos”, disse o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho.

As unidades que economizarem água terão os recursos reaplicados na própria escola. “O que queremos é que o dinheiro saia do desperdício de água e vá para investimentos”, acrescentou Gregório.

Quanto à infraestrutura, as ações incluem o projeto de captação de água do Lago Paranoá, que aguarda aprovação do Ministério da Integração Nacional, e a substituição subsidiada pelo governo dos sistemas de irrigação na área rural. A medida aguarda aprovação de recursos.

Além disso, a interligação dos sistemas Torto/Santa Maria ao Descoberto é um dos objetivos da infraestrutura para melhorar o abastecimento de água potável no Guará e em Taguatinga.

Entre as ações integradas de regulação está a regulamentação para viabilizar incentivos ao reúso de água e à implementação de novas tecnologias para captar água da chuva.

Acesse a apresentação do Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica.

Edição: Marina Mercante