23/03/2017 às 15:46, atualizado em 24/03/2017 às 09:24

Recupera Cerrado vai definir áreas prioritárias para conservação

Projeto ambiental será apresentado na tarde desta sexta-feira (24), no Cerratenses. Programação faz parte das atividades do Mês das Águas

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

As políticas ambientais de proteção ao Cerrado avançam em Brasília. Nesta sexta-feira (24), serão apresentados os desdobramentos do Programa de Recuperação do Cerrado no Distrito Federal, o Recupera Cerrado. O evento, aberto ao público, ocorrerá no Centro de Excelência do Cerrado (Cerratenses), no Jardim Botânico, das 14 horas às 18h30.

Criado em setembro, por meio do Decreto nº 37.646assinado pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, o programa tem como objetivo estabelecer novos métodos de recuperação ambiental do bioma.

As atividades são coordenadas pela Secretaria do Meio Ambiente e pelo fórum Aliança Cerrado.

O plano apresenta soluções operacionais para o biênio 2018-2020, considerando principalmente a questão dos recursos hídricos, a preservação das bacias e as formas de restauração da vegetação nativa.

“Trabalhamos sob a perspectiva de mapas de áreas prioritárias para recuperação e conservação, incluindo as áreas de mananciais”, destaca o superintendente do Cerratenses, Rafael Poubel.

O trabalho integrado foi construído pelo fórum Aliança Cerrado – colegiado coordenado pela pasta do Meio Ambiente e formado por mais de 35 entidades públicas e privadas e organizações não governamentais (ONGs) de cunho ambiental.

A reunião de sexta-feira (24) será o momento em que os membros do fórum poderão avaliar os avanços do projeto e sugerir adaptações e complementos ao texto do plano de trabalho.

Em abril, a equipe colocará o plano disponível para consulta pública por pelo menos 30 dias. A data integra a programação do Mês das Águas.

Compensação ambiental é um dos focos do Recupera Cerrado

Para restaurar as áreas de vegetação nativa degradadas pela indústria e pela vida urbana, o Recupera Cerrado estabelece mudanças nas regras de compensação florestal no DF.

De acordo com o plano, empresas que desmatam o bioma no território, em vez de recuperarem o local por conta própria, podem depositar valores em forma de pecúnia. Esses serão destinados ao financiamento de editais de apoio ao programa.

No modelo atual, a compensação florestal no DF prevê o plantio de 30 árvores nativas para cada uma derrubada. No caso de árvores exóticas, são exigidas dez novas. A forma de compensação é determinada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

A previsão é que o edital para estabelecer o método a ser usado e as áreas prioritárias seja lançado no primeiro semestre. De acordo com pasta do Meio Ambiente, áreas de preservação permanente, reservas legais e unidades de conservação são prioridade da iniciativa.

“Queremos que os plantios já comecem com as chuvas de fim de ano”, antecipa Poubel. Ele adianta também que a secretaria trabalha em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do DF para desenvolver projetos de avaliação dos resultados do plano após a implementação.

 

Fórum sobre o Programa de Recuperação do Cerrado no Distrito Federal (Recupera Cerrado)

24 de março (sexta-feira)

Das 14 horas às 18h30

No Cerratenses — Jardim Botânico de Brasília (Setor de Mansões Dom Bosco, Lago Sul, entrada pela subida da QI 23)

Edição: Raquel Flores