30/05/2017 às 09:15, atualizado em 30/05/2017 às 10:06

Saúde cria ambulatório para tratamento de doenças crônicas

Pacientes de alto risco com diabetes ou hipertensão serão acompanhados por equipe multidisciplinar. É o caso de Maria das Graças Teixeira, moradora do Itapoã

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Maria das Graças Teixeira, de 65 anos, toma mais de dez medicamentos por dia para problemas como hipertensão e diabetes. Mesmo assim, há mais de três anos não visita um especialista.

O trabalho resultou em uma tabela com o nome e o contato de todas as pessoas com diabetes ou hipertensão.

O trabalho resultou em uma tabela com o nome e o contato de todas as pessoas com diabetes ou hipertensão. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Foram meses até que ele e a equipe conseguissem detectar em seu território as pessoas a serem encaminhadas ao ambulatório. “Fizemos vários mutirões e visitas domiciliares para encontrar quem ainda não estávamos atendendo.”

O trabalho resultou em uma tabela com o nome e o contato de todas as pessoas com diabetes ou hipertensão. “Hoje, nós sabemos quem são essas pessoas e onde elas estão”, resume a enfermeira da equipe, Daniela Figueiredo.

Ela conta que muitas das pessoas mapeadas compareciam ao posto apenas para trocar ou pegar a medicação que utilizam no tratamento. “Nós até encaminhávamos para o especialista, mas sem o retorno de saber se tinham conseguido marcar, se tinham ido. Eram dois atendimentos bem distantes.”

Na visão dela, com a nova dinâmica, o processo será diferente. “O paciente continuará sendo nosso e nós ainda seremos responsáveis pela saúde dele.”

Na atenção primária, o cuidado com essa parcela da população será de estimulação de mudança de hábito, para que ela aprenda a conviver e tratar a doença, além de desenvolver ações preventivas.

“Temos uma grande parcela de pessoas com diabetes, por exemplo, que amputam o pé. Elas não precisariam passar por isso se desde o começo tivessem orientações, acompanhamento e cuidado específico”, reforça Danusa Fernandes. “É preciso resolver o que temos hoje e trabalhar com prevenção e promoção para diminuir os agravos por conta dessas duas doenças.”

O diagnóstico para detectar os pacientes de alto ou muito alto risco com diabetes ou hipertensão, feito atualmente por todas as 11 equipes de saúde da família do Itapoã, é baseado em protocolos e critérios clínicos e laboratoriais definidos.

O atendimento do ambulatório começará a ser feito dentro do Hospital do Paranoá, mas com uma entrada separada, com ala destinada especificamente a ele. A previsão é que o serviço tenha início em junho.

A novidade é consequência da conversão de todas as unidades básicas de saúde para o modelo de Estratégia Saúde da Família, prevista na nova política de atenção primária do DF, definida pela Portaria nº 77, de 2017.

Edição: Vannildo Mendes