03/06/2017 às 10:01, atualizado em 05/06/2017 às 10:12

Trilhas do Jardim Botânico oferecem lazer e aprendizado

Com foco em educação ambiental, instituto oferece percursos com orientação de funcionários

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Com mais de 600 hectares, a área do Jardim Botânico aberta para visitação oferece desde coleções de espécies do Cerrado conservadas para pesquisa e preservação até opções de lazer e de atividades físicas, como as trilhas para quem quer passear de bicicleta, de carro ou mesmo a pé.

“As trilhas são parte da educação ambiental. Elas passam por muitos ambientes e, geralmente, são feitas com guias que podem explicar como muda o ambiente e as espécies nele”, explica o diretor-executivo do Jardim Botânico, Jeanitto Sebastião Gentilini.

Segundo ele, muitas escolas da educação infantil, ensino superior e grupos de idosos aproveitam o passeio para aprender sobre o Cerrado.

Uma das funcionárias que atuam como guia é a gerente de Apoio Educacional da reserva ecológica, Ana Luiza Rio Caldas. “Quando caminhamos, estamos expostos ao vento, ao barulho e aos animais”, detalha.

Há cinco tipos diferentes de trilhas e diversos percursos que os visitantes podem percorrer. Os caminhos se cruzam, se misturam e, com exceção da Trilha Ecológica, não têm início. Ou seja, a pessoa pode começar a atividade pela entrada do Jardim Botânico, assim como estacionar no centro de visitantes e entrar na mesma trilha, mas em um trecho diferente.

Conheça as trilhas do Jardim Botânico de Brasília

Trilha Matter: 4,439 quilômetros de extensão

Com 4,439 quilômetros, ela é asfaltada e pode ser percorrida a bordo de carros e de bicicleta ou a pé. Com espaço para a passagem de apenas um automóvel por vez, ela é de mão única e liga a portaria principal do Jardim Botânico ao centro de visitantes.

Segunda trilha principal do Jardim Botânico, a Trilha Ecológica é ainda maior, com 4,565 quilômetros e estrada de terra.

Segunda trilha principal do Jardim Botânico, a Trilha Ecológica é ainda maior, com 4,565 quilômetros e estrada de terra. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Ela é dividida em trechos menores para conduzir estudantes. “Não a percorremos inteira porque são 4,5 quilômetros de estrada de terra com obstáculos, como árvores caídas, normais de trilhas naturais”, justifica Ana Luiza. Segundo ela, só o segundo trecho do percurso leva cerca de três horas para ser percorrido com excursões de escolas.

Apesar de ser uma trilha voltada para levar grupos com foco educacional, ela pode ser usada por outros visitantes, exceto pelos que estiverem de carro.

Aceiros: bons para ir de bicicleta

Aceiros normalmente são espaços que dividem a vegetação para impedir que incêndios se espalhem. No Jardim Botânico, eles também são usados como trilhas voltadas especialmente para bicicletas, mesmo que carros e pedestres possam usá-las.

São as trilhas com a maior extensão, porque não fecham ciclos. Como são usados para dividir os espaços da reserva ecológica, eles dão a volta na área de 6.160.653 metros quadrados e ainda se cruzam em linhas retas por dentro do Jardim Botânico.

Trilha Acessível: diverte pessoas com deficiência locomotora

Ainda sem sinalização e sem medição da distância, a Trilha Acessível é a menor do parque e é toda calçada. Feita para que pessoas com deficiência locomotora possam acessar as coleções próximas do centro de visitantes, ela é a indicada para pessoas idosas e cadeirantes.

“Às vezes, as pessoas vêm aqui com a intenção de ficar parado, mas a trilha dá vontade de seguir as coleções. Alguns ainda nos dizem que faziam anos que não caminhavam tanto”, compartilha Ana Luiza.

A trilha começa na área de educação ambiental, passa pelo cactário, pelo jardim japonês, pelo jardim de contemplação, pelas coleções das bromélias e das aráceas e termina no parque infantil. Não é permitido passar por ela com veículos ou bicicletas.

Trilha de Pedestres: ainda mais perto da vegetação

Com início e fim em outras trilhas, a Trilha de Pedestres entra nas áreas da vegetação, onde não é permitido o uso de bicicletas e de carros. Apesar de ser possível correr por elas, a prática não é recomendada porque as árvores podem ter galhos baixos no caminho.

Além disso, o aviso mais importante é não seguir por elas sem companhia. São as trilhas com mais intervenção da vegetação, e é onde acidentes ocorrem com mais fácilidade. “Se você quebrar uma perna, é preciso ter ajuda. Nem especialistas devem entrar sozinhos”, alerta Ana Luiza.

Edição: Paula Oliveira