24/07/2017 às 13:35, atualizado em 26/07/2017 às 20:03

Parque Ezechias Heringer: desobstrução de área pública é retomada

Operação nesta segunda (24) tem como foco empresas instaladas no Setor de Oficinas Sul, nas adjacências da reserva biológica do Guará, área de preservação permanente. Agefis retirou hoje uma igreja e uma oficina irregulares, e sete pessoas foram detidas por desobediência e desacato

Por Gabriela Moll e Maryna Lacerda, da Agência Brasília

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) reiniciou na manhã desta segunda-feira (24) a retomada de área pública do Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará.

A maior parte das edificações que são foco da operação é formada por empresas que funcionavam no local, na região do Setor de Oficinas Sul.

Durante a ação de hoje, que durou cerca de quatro horas, os agentes retiraram de área irregular uma igreja e uma oficina. Foram utilizados três caminhões de entulho.

Houve resistência por parte dos moradores, e sete pessoas ficaram detidas por desobediência e desacato.

No início da retomada, o administrador regional do Guará, André Brandão Péres, tentou negociar com a população para que a desocupação ocorresse de forma pacífica.

No entanto, não houve acordo, e os habitantes tentaram impedir o cumprimento da ordem judicial. Paus e pedras foram arremessados contra a tropa da Polícia Militar, e um policial foi ferido.

Os envolvidos na confusão foram encaminhados à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) para registro dos fatos.

Espécies endêmicas estão ameaçadas pela ocupação irregular

A desocupação, iniciada em 9 de janeiro deste ano, visa à proteção ambiental da Reserva Biológica (Rebio) do Guará e se estenderá pelo tempo que for necessário. Espécies endêmicas da fauna (que só ocorrem naqueles lugares), como o peixe pirá-brasília, e da flora, como as micro-orquídeas, estão sendo ameaçadas pela invasão do espaço.

Em 3 de julho, foram desocupadas 11 casas e desobstruídos 5.296.009,24 metros quadrados, de um total de 5.473.283 m². Após essa ação, a retirada das construções irregulares do local foi suspensa para que governo e ocupantes negociassem. Antes disso, os moradores haviam recusado qualquer benefício oferecido pelo governo.

A desocupação, iniciada em 9 de janeiro deste ano, visa à proteção ambiental da reserva e se estenderá pelo tempo que for necessáriodireita

Foram oferecidos, entre outros, aluguel social — 51 das 66 famílias presentes no local têm esse direito; e inserção em programa habitacional com atendimento garantido em até 180 dias.

O Edital nº 113, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal em 20 de julho, solicita a 58 núcleos familiares a entrega de documentos para o órgão em até 45 dias.

A norma estabelece ainda que outras seis famílias, que já estavam inscritas no cadastro geral da companhia, migrem para a fila de vulnerabilidade.

Edição: Paula Oliveira