02/08/2017 às 08:57, atualizado em 02/08/2017 às 10:23

Caesb usa mapas para facilitar identificação de ligações clandestinas

Projeto Atlas centraliza dados de diferentes setores da companhia. Empresa pública já economizou cerca de R$ 5 milhões com ações preventivas

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Com o mapa de Brasília aberto na tela do computador, o agente de suporte da Gerência de Cadastro Comercial da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) André Luiz da Silva consegue determinar as áreas da cidade com abastecimento das redes de água ou de esgoto que têm lotes não atendidos pela companhia.

Esse mapeamento é possibilitado pelo Projeto Atlas, que centraliza todos os dados levantados pelos diferentes setores da Caesb em um sistema de informações com mapas de Brasília. Com ele, é mais fácil para as diretorias ter acesso às informações relevantes para tomar decisões.

É o caso da Gerência de Cadastro Comercial da Caesb, onde Silva trabalha, que conseguiu, com os mapas do projeto, determinar 117 áreas no DF com possíveis ligações irregulares.

“Nesses casos, pode haver possíveis clientes ou outras pessoas que fazem ligações clandestinas. Nosso trabalho é dividir os dois grupos para tomar as ações necessárias”, explica a gerente de Cadastro Comercial da Caesb, Ana Cleide Teixeira.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 3,7 milhões” texto=”Potencial de retorno para a Caesb se forem regularizadas e hidrometradas 4.249 possíveis ligações indevidas de água no Sol Nascenteesquerda

Segundo ela, o próximo passo é fazer vistorias de casa em casa. “Só no Sol Nascente, onde começamos as vistorias, são 4.249 possíveis ligações indevidas. É um potencial de R$ 3,7 milhões de retorno para a Caesb, se todas elas forem regularizadas e hidrometradas [com medição de hidrômetro]”, detalha Ana Cleide.

Projeto Atlas acelera troca de informações dentro da Caesb

O gerente de Geoprocessamento da Caesb, Carlos Eduardo Machado, diz que o Projeto Atlas é um sistema feito para aprimorar o funcionamento da empresa pública.

“Não é preciso que os setores façam protocolos para trocar dados, basta entrar no programa e ver informações que podem ser úteis para decidir ações.”

O sistema pode ser acessado pelos servidores tanto por navegadores de internet, quanto por aplicativos para celulares e tablets. Até a população pode obter algumas das informações nos mapas publicados no site da Caesb e no aplicativo da companhia.

Machado cita que, entre os sistemas abertos para os cidadãos estão os mapas das estações pluviométricas e fluviométricas e as de tratamento de água e de esgoto. “Mas o que tem mais acesso é o mapa do plano de rodízio de água para o racionamento.”

Cidadãos também podem acrescentar dados ao sistema. Caso veja um vazamento, é possível acessar o aplicativo da Caesb e enviar uma foto. A informação fica acessível imediatamente para os servidores da companhia.

Projeto possibilitou ações preventivas

Além de fornecer dados para que a Caesb possa vistoriar os locais em que a rede chega, o Projeto Atlas permitiu que várias ações ocorressem desde que foi implementado na companhia, em 2013.

No ano passado, a Gerência de Manutenção analisou, por meio do sistema, as ordens e serviços executados em 2015 e compreendeu que algumas áreas de Brasília recebem intervenções corretivas nos mesmos períodos do ano.

Com isso, foram feitas ações preventivas que reduziram gastos com manutenção. Em 2016, só em Samambaia, houve redução de 15% das intervenções. Na região inteira, foi economizado R$ 1 milhão.

Para a população, os benefícios vêm na melhoria da qualidade dos atendimentos. No caso das ações preventivas, menos pessoas tiveram problemas com as redes de água e de esgoto e não precisaram solicitar intervenção da companhia.

Machado diz que não é possível determinar números totais de ações ou de economia com o projeto. “Todas as áreas da Caesb o usam de forma independente desde 2013. São muitos trabalhos desenvolvidos. Apenas com as vistorias no Sol Nascente e a economia no ano passado, já temos quase de R$ 5 milhões a menos de gastos.”

Edição: Paula Oliveira