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16/10/2017 às 09:29, atualizado em 16/10/2017 às 15:20
Serviço no Adolescentro atende 18 jovens em processo de transição. Parentes que têm dificuldade para lidar com questões de sexualidade dos filhos também podem receber ajuda
“Eu sempre soube que tinha algo errado. Há três anos, comecei a pesquisar e compreendi quando vi que outras pessoas passam pela mesma situação. Então eu falei para a minha mãe que, na verdade, sou um menino”, compartilhou o jovem de 15 anos — que nasceu com características biológicas femininas — em reunião do Grupo da Diversidade, do Adolescentro.
Mesmo com o reconhecimento, ele só aceitou que precisava passar pelo processo de transição quando começou a frequentar o grupo. “Achei que ia melhorar por entender, mas só piorava por não fazer nada. Era como se eu usasse uma fantasia ridícula todos os dias.”
Voltado para jovens de 12 a 18 anos que têm questões relacionadas à sexualidade LGBT, o grupo recebe atualmente 18 adolescentes em processo de transição.
“Temos uma equipe aqui para dar atenção a esses meninos e meninas. Só três serviços no Brasil fazem atendimento para jovens nesse quadro. Além de nós, um fica em São Paulo, e o outro, em Porto Alegre”, explica o médico sanitarista da Secretaria de Saúde lotado no Adolescentro, Luiz Fernando Marques, fundador do grupo.
Segundo ele, em um atendimento biopsicossocial, profissionais de várias áreas fazem consultas separadas com os pacientes para, depois, discutir os melhores encaminhamentos.
O Grupo da Diversidade reúne-se quinzenalmente às quartas-feiras, das 14 às 16 horas, no Adolescentro, nome dado ao Centro de Saúde da 605 Sulesquerda
O Grupo da Diversidade também funciona como apoio para os médicos do Adolescentro que encontram jovens com dificuldades relacionadas à sexualidade. Dessa forma, entendem melhor os problemas físicos e de saúde dos pacientes e podem dar um tratamento mais específico para cada um.
Criado em dezembro de 2015, o Grupo da Diversidade foi importante para outra participante, de 15 anos. “Passei por consultas com psicólogos, e ninguém conseguia me ajudar, até descobrir o grupo.”
Ela foi acompanhar uma amiga, de 17 anos, que descobriu o Grupo da Diversidade ao se abrir com uma enfermeira do Adolescentro sobre as dúvidas que tinha. “Aqui a gente aprende muito sobre a gente e sobre o mundo LGBT. Soubemos sobre o Ambulatório Trans por meio do grupo”, conta.
As duas amigas tiveram dificuldade para se compreenderem quando descobriram que não sentiam atração por homens, apenas por mulheres.
O Grupo da Diversidade reúne-se quinzenalmente às quartas-feiras, das 14 às 16 horas, no Centro de Saúde da 605 Sul, Lotes 33/34. Para participar, basta ir ao local, também chamado de Adolescentro, em busca de informações.
Em maio deste ano, o Grupo da Diversidade ficou em segundo lugar no 1º Concurso de Boas Práticas em Atenção Psicossocial, promovido pela Secretaria de Saúde, na categoria de Infância e Juventude.
“Concorremos com outras dezenas de práticas em Brasília e fomos reconhecidos. O que tratamos é a saúde desses jovens e de seus responsáveis”, resume o fundador do Grupo da Diversidade.
[Olho texto='”Ninguém é obrigado a aceitar nada, mas nossos pais precisam respeitar. Nessa sociedade, até a gente tem preconceito. Nossos pais estão tão perdidos quanto nós”‘ assinatura=”Rapaz de 15 anos que participa do Grupo da Diversidade, no Adolescentro
Marques diz que a descoberta da sexualidade dos adolescentes também pode ser um choque para os pais. Por isso, o Adolescentro, assim como o Grupo da Diversidade, também pode receber os parentes.
A jovem de 17 anos justifica a importância dessa prática. “Minha mãe achou que era brincadeira quando assumi. Com o grupo, ela aprende cada vez mais a respeitar, mesmo que ainda não aceite.”
O rapaz de 15 anos concorda com a colega de grupo. “Ninguém é obrigado a aceitar nada, mas nossos pais precisam respeitar. Nessa sociedade, até a gente tem preconceito. Nossos pais estão tão perdidos quanto nós.”
O Centro de Referência, Pesquisa, Capacitação e Atenção ao Adolescente em Família, outro nome para o Adolescentro, tem como objetivo atender jovens com foco em saúde mental, dificuldade de aprendizagem e violência sexual.
A unidade completou 19 anos de funcionamento em 2017, quando o número de atendimentos aumentou. “De uma média de 3,5 mil adolescentes por mês, fomos para mais de 5 mil em janeiro”, calcula a gerente do Adolescentro e médica pediatra da Secretaria de Saúde, Ana Paula Tayama.
Para melhorar o serviço, quando as celebrações do aniversário do centro ocorreram em setembro, foram promovidas palestras e apresentações de dissertações.
O Adolescentro atua nas áreas de:
Edição: Marina Mercante