04/01/2018 às 17:26, atualizado em 10/01/2018 às 20:29

Ações contra mosquito da dengue são intensificadas no período de férias

Agentes de saúde alertam para cuidados com depósitos de água em residências vazias durante viagem dos moradores. Em 2017, secretaria registrou 4.213 casos prováveis de dengue

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

A Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde começou o primeiro ciclo de visitas domiciliares de 2018 para orientar os moradores sobre os cuidados contra proliferação do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir dengue, febre chikungunya e zika vírus.

As visitas, que começaram na terça-feira (2) e ocorrem durante todo o ano, são intensificadas na época de chuva, quando o número de depósitos de água aumenta.

O cuidado aumenta mesmo quando a casa está vazia, como ocorre geralmente em dezembro e em janeiro, meses de férias.

Nesses casos, os agentes costumam retornar mais de uma vez durante o dia. Caso realmente não encontrem ninguém em casa, voltam de novo durante a semana ou antes do fim do ciclo de visitas àquela região. O itinerário cumprido pelas equipes é separado por zonas, e cada ciclo demora em torno de 60 dias para ser concluído.

Para garantir que não haja focos do mosquito na ausência de pessoas nas residências, a orientação a moradores que pretendem viajar é feita em novembro.

“Sugerimos que entreguem a chave a alguém e não deixem nada exposto que possa juntar água”, ensina o agente de saúde do Núcleo de Vigilância Ambiental de Ceilândia Joselito da Silva Rocha.

“A população está tomando muito cuidado, já aprendeu como fazer e as pessoas se tornaram agentes de saúde da própria casa”Joselito da Silva Rocha, agente de saúde do Núcleo de Vigilância Ambiental de Ceilândiaesquerda

Moradora de Ceilândia, a aposentada Antônia Araújo Pereira, de 66 anos, além de cuidar para que não haja água parada em casa, aproveita para ver se a rotina dos vizinhos está em ordem. “Eu vejo que eles sempre deixam tudo fechadinho. Gostam de sair, mas é tudo muito bem organizado.”

Ela, assim como grande parte dos moradores da região, armazena água da chuva para auxiliar no racionamento. “Sempre mantenho os galões fechados e não ficam parados por muito tempo”, explica. O que guarda é usado para lavar o quintal e limpar o interior da casa.

“A população está tomando muito cuidado, já aprendeu como fazer e as pessoas se tornaram agentes de saúde da própria casa”, avalia Joselito da Silva Rocha ao se referir à população de Ceilândia.

A região administrativa teve uma queda de 72,97% nos casos prováveis de dengue em 2017, com relação ao ano anterior. Foram 529 registros, contra 1.975.

Terrenos vazios também são cuidados pela Vigilância

Somado às visitas aos domicílios, os agentes de saúde observam o armazenamento do lixo fora de casa e a condição de terrenos baldios. Além de registrar e acabar com possíveis focos, os profissionais solicitam a presença do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Caso seja encontrada uma larva, coletam uma amostra, que é levada para o laboratório para verificar o porcentual positivo para Aedes aegypti. Para impedir que o mosquito se reproduza, é utilizado um larvicida, que atrofia a larva.

Rocha orienta que os cuidados devem ser diários, pois os mosquitos podem se desenvolver em duas horas. Por isso, é importante, além de secar ou tapar depósitos de água, verificar ralos, pneus e vasos de plantas. Em Ceilândia, esses são os principais locais notados pela Vigilância.

DF teve queda de 76,22% em 2017

O DF registrou 4.213 casos prováveis de dengue em 2017. Em comparação com o ano anterior, que apresentou 17.718 registros, houve queda de 76,22%. As informações são do primeiro informativo epidemiológico de 2018, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde.

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A maior parte dos casos prováveis é de pessoas com idade de 20 a 49 anos (51%), seguidos pelas faixas etárias entre 5 e 19 anos (23%) e de 50 a até maiores de 80 anos (17%). Crianças menores de 5 anos representam 9% dos registros.

Foram identificados 21 casos graves e 12 óbitos por dengue em 2017, em residentes no DF. O boletim também mostra os casos suspeitos de febre chikungunya e zika vírus.

O documento indica 160 casos prováveis da febre, dos quais 130 residem no Distrito Federal, e 30 em outras unidades da Federação. Em ambas as situações, houve queda em relação ao ano anterior.

Quanto à doença aguda pelo zika vírus, foram 88 registros de casos prováveis — 65 residentes no DF, e 23 em outras unidades da Federação.