06/02/2018 às 15:43, atualizado em 07/02/2018 às 09:51

Combate a crimes cibernéticos é tema de campanha da Polícia Civil

Em parceria com a Deam, iniciativa voltada especialmente para mulheres ocorreu nesta terça (6), na Rodoviária do Plano Piloto

Por Larissa Sarmento, da Agência Brasília

Para marcar a passagem do Dia Mundial de Navegação Segura na Internet, a Polícia Civil do Distrito Federal promoveu nesta terça-feira (6) uma campanha contra crimes cibernéticos.

A iniciativa ocorreu na Rodoviária do Plano Piloto, por intermédio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a convite da organização SaferNet, associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, que atua na prevenção e no combate de crimes contra os direitos humanos na internet.

O objetivo da data, segundo a entidade, é conscientizar sobre o uso seguro e responsável do acesso à rede mundial de computadores.

A parceria surgiu devido à atuação da Polícia Civil do DF nesses tipos de infrações.

Segundo a delegada-chefe da Deam, Sandra Gomes, o órgão tem registrado muitas ocorrências de mulheres vítimas de crimes cibernéticos, e a força de segurança trabalha em investigações que já resultaram em prisões.

Entre as transgressões por meio virtual abordadas pela campanha estão o cyberbullying (agressão intencional, verbal ou física, feita de maneira repetitiva, nesse caso, em meio virtual), a apologia à homofobia e à xenofobia, a intolerância religiosa, a pornografia de vingança e o tráfico de pessoas.

A cuidadora e doula Marcia Verneque, de 50 anos, estava na rodoviária no momento da campanha e parou para se informar. Ela conta que quase foi vítima de golpes por meio de sites de relacionamento, mas logo percebeu a conduta estranha da pessoa com quem estava conversando pela internet.

“É importante ter um órgão que cuida dessa parte, sei que não sou a única vítima, há milhões que passam por esse tipo de situação”, comenta a cuidadora.

Para evitar problemas dessa natureza, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher dá dicas como:

  • checar em fontes confiáveis o nome da pessoa com quem se está conversando
  • encontrá-la em outras redes sociais
  • buscar foto dela na internet
  • fazer o confronto dos dados e informações disponíveis
  • desconfiar de amizades e amores repentinos

O Distrito Federal tem uma unidade especializada para tratar de ocorrências criminosas virtuais: a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos. Instituída em março de 2017, ela fica na sede da Polícia Civil, no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek.

Desde a criação até outubro do ano passado, a delegacia tinha registrado 211 delitos em ambientes cibernéticos. Os mais frequentes foram [tooltip title=”Violação indevida de um mecanismo de segurança para obter, destruir ou adulterar informações sem consentimento do dono. A pena é de três meses a 1 ano de prisão, mais pagamento de multa.” placement=”topinvasão de dispositivo informático alheio[/tooltip], crimes contra a honra — [tooltip title=”Atribuir falsamente um ato criminoso a alguém. A pena é de seis meses a dois anos de prisão, mais pagamento de multa.” placement=”topcalúnia[/tooltip], [tooltip title=”Imputar ato ofensivo à reputação de uma pessoa. A pena é de três meses a 1 ano de prisão, além de multa.” placement=”topdifamação[/tooltip] e [tooltip title=”A ofensa à dignidade de qualquer pessoa. A pena mais branda é de 1 a 6 meses de prisão, além de multa. Pode aumentar de 3 meses a 1 ano caso haja uso de violência.” placement=”topinjúria[/tooltip] — e [tooltip title=”Passar-se por alguém para obter vantagem ou prejudicar algum terceiro. A pena é de 3 a 5 meses de prisão, além de multa.” placement=”topfalsa identidade[/tooltip].

Edição: Raquel Flores