21/02/2018 às 17:52, atualizado em 22/02/2018 às 14:29

Sua Voz debate interações entre água e clima e os impactos na população

Contribuições da plataforma on-line, colhidas de participantes do Brasil e de várias nações, serão apresentadas em sessão especial do 8º Fórum Mundial da Água

Por Da Agência Brasília

A relação entre água e clima, e os impactos de eventos extremos na vida das pessoas, estão entre as preocupações levantadas por participantes da plataforma Sua Voz, espaço de discussão pública on-line do 8º Fórum Mundial da Água.

O aumento da população como fator de estresse para os sistemas de infraestrutura e do meio ambiente também foi abordado na sala virtual sobre clima. Igualmente, a necessidade de desenvolvimento de estratégias inclusivas de adaptação às mudanças climáticas.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável propõe ação mundial coordenada, com 169 metas para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, dentro dos limites do planetaesquerda

Além do Brasil, as contribuições vieram de cidadãos da Nigéria, Argélia, Madagascar, Índia e México, entre outras nações. As colaborações registradas na Sua Voz serão apresentadas em sessão especial do 8º Fórum Mundial da Água.

O evento ocorrerá de 18 a 23 de março de 2018, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A terceira rodada de debates e coleta de sugestões do público ficará aberta até 12 de março; para participar, basta fazer o cadastro.

A proposta é que os interessados debatam os temas das seis salas virtuais temáticas e sua relação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os temas são os seguintes:

  • Clima
  • Pessoas
  • Desenvolvimento
  • Meio Urbano
  • Ecossistemas
  • Finanças

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável propõe uma ação mundial coordenada entre governos, empresas, academia e sociedade civil para alcançar os 17 ODS e suas 169 metas. A ideia é erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta.

Na sala de Clima, são foco do debate o ODS 11 (tornar as cidades e assentamentos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis) e o ODS 13 (tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos).

O brasileiro Mauro Kruter Kotlhar registrou na plataforma que “as populações vulneráveis a impactos adversos de eventos climáticos extremos geralmente são as mesmas já vulneráveis a más condições de saneamento e moradia, além de educação deficiente para gerenciar seus próprios riscos”.

Populações vulneráveis a impactos adversos de eventos climáticos extremos geralmente são as mesmas já vulneráveis a más condições de saneamento e moradiaMauro Kruter Kotlhar, participante brasileiro da plataforma Sua Vozdireita

Ele sugere que a comunicação sobre risco seja instrumento mais bem qualificado e disseminado para cidadãos e governantes, de forma a induzir mudança de cultura em relação aos perigos associados à água e ao clima.

O indiano Dr P S Navaraj comentou sobre novas tecnologias desenvolvidas na Índia para usos relacionados ao tratamento da água ou de resíduos e sobre as causas e consequências das mudanças climáticas.

“Os cientistas nos dizem que a atividade humana, em particular a queima de combustíveis fósseis, provocou o aumento das temperaturas atmosféricas que hoje afetam o ciclo global da água”, diz o especialista.

Exemplo de impacto extremo na África

Um exemplo de impacto da escassez de água na população e as soluções encontradas podem ser vistos na região do Lago Chade, um dos mais antigos da África. O manancial ampara o sustento de quase 30 milhões de pessoas do Chade, Camarões, Nigéria, Níger e países vizinhos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), desde o início da década de 1970, o lago perdeu 90% da superfície original em decorrência do gerenciamento insustentável da água e de mudanças climáticas.

A pressão humana, com aumento da população que se desloca para a região ao fugir de conflitos ou da pobreza, contribui para aumentar a fragilidade do ecossistema e agravar o risco de colapso.

Entre as soluções implantadas estão a restauração da cobertura da vegetação ao redor do lago, o apoio às iniciativas econômicas das mulheres e a adaptação das práticas agrícolas às mudanças climáticas.

Inscrições para o fórum estão abertas

Quem quiser acompanhar os debates no Centro de Convenções pode se inscrever por meio do site oficial do evento, na aba Inscrições.

Os ingressos dão direito à participação da abertura, do encerramento, das sessões do fórum, dos almoços e dos eventos culturais na exposição e na feira.

O segundo lote será vendido até 28 de fevereiro. Brasileiros e cidadãos de países que não integram a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm 50% de desconto no cadastro.

Estudantes, por sua vez, têm abatimento de até 80% na adesão. A partir de 1º de março, começa a venda do terceiro lote de ingressos.

O que é o Fórum Mundial da Água

Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.

Em Brasília, o evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional das Águas (ANA).

O fórum ocorre a cada três anos e já passou por: Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

A escolha de Brasília como sede da 8º edição se deu em 26 de fevereiro de 2014, durante reunião de governadores do Conselho Mundial da Água, na Coreia do Sul. Será o primeiro fórum a realizar-se no Hemisfério Sul.

8º Fórum Mundial da Água

De 18 a 23 de março

No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Inscrições abertas no site oficial do evento

Edição: Vannildo Mendes