21/03/2018 às 17:07, atualizado em 22/03/2018 às 08:59

Diretor-geral da OMS aponta Hospital da Criança de Brasília como modelo para outros países

Governador Rollemberg e secretário de Saúde, Humberto Fonseca, acompanharam Tedros Ghebreyesus em visita ao local na tarde desta quarta (21)

Por Amanda Martimon e Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Em visita ao Hospital da Criança de Brasília José Alencar, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, apontou a unidade como um modelo a ser seguido por outros países.

Guiado pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e pela diretora-técnica do hospital, Isis Magalhães, ele passou, nesta quarta-feira (21), por áreas de atendimento, onde interagiu com os pacientes, e pela obra do Bloco 2.

“Sem qualquer exagero, este hospital facilmente poderia servir de modelo para outros países, para o mundo. Como diretor-geral [da OMS], vou examiná-lo para influenciar outros Estados, para aprender com este modelo brasiliense”, avaliou Tedros, que está no Brasil para cumprir agenda na área de saúde pública.

Esta é a segunda vez que ele visita o Hospital da Criança. A primeira foi em fevereiro passado, antes de ser eleito para o cargo.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ressaltou que a ampliação do hospital, com a construção do Bloco 2, permitirá aumentar o número de crianças atendidas. “Serão 202 novos leitos, sendo 38 de UTI pediátrica.”

Ele destacou ainda a importância de a “maior autoridade em saúde pública do mundo” reconhecer o trabalho feito na capital brasileira. “Como [reconheceu] o esforço do nosso governo em ampliar a cobertura da atenção primária, que é o recomendado pela OMS”, avaliou.

Outro ponto destacado pelo diretor-geral da organização foi a atuação de voluntários no hospital. Atualmente, a unidade conta com 160.

Modelo do Hospital da Criança de Brasília

Inaugurado em 23 de novembro de 2011, o Bloco 1 do hospital foi construído pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Homeopatias (Abrace) e doado ao governo de Brasília.

É uma unidade pública, que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte da rede da Secretaria de Saúde do DF. A administração, no entanto, é feita pelo Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe) — associação de direito privado sem fins econômicos ou lucrativos criada pela Abrace.

Por ser de especialidades, o Hospital da Criança não atende emergências — os pacientes chegam encaminhados pelas unidades básicas de saúde (UBS).

Obras no Bloco 2 estão 95% concluídas

As obras do Bloco 2 do Hospital da Criança de Brasília José Alencar estão 95% executadas. Com 21 mil metros quadrados, o espaço terá, em dois pavimentos:

  • 202 leitos — 164 para internação e 38 para unidade de terapia intensiva (UTI) e cuidados intermediários
  • 67 consultórios ambulatoriais
  • centro cirúrgico
  • centro de diagnóstico especializado
  • centro de ensino e pesquisa
  • laboratórios de análises clínicas e hematologia
  • unidade administrativa
  • área de apoio
  • serviços de hemodiálise, hemoterapia e quimioterapia

Estratégia Saúde da Família é apresentada à OMS

Depois do Hospital da Criança, o diretor-geral visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Itapoã, onde conheceu a aplicação da Estratégia Saúde da Família na atenção primária de Brasília.

O secretário Humberto Fonseca destacou o fato de o representante da OMS ter atuado como ministro da Saúde da Etiópia, onde aumentou a cobertura assistencial para mais de 40 milhões de pessoas. “Ele realmente entende de atendimento à população. O doutor Tedros pediu para ver uma UBS e reforçou que devemos investir na atenção primária como prioridade.”

Na visita, o diretor-geral percorreu consultórios e salas de vacinação e conferiu a organização das equipes para atender os moradores do Itapoã. “Parabéns pelo serviço. Fico muito grato por vocês me receberem tão bem em uma unidade que funciona com tanta qualidade.”

Edição: Marina Mercante