23/03/2018 às 08:44, atualizado em 23/03/2018 às 08:51

Jardim de Infância na Asa Norte é referência em sustentabilidade

Rotina escolar dos alunos, de 4 e 5 anos, inclui cultivo de horta, reúso de água e produção de adubo

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

No Jardim de Infância 404 Norte, a regra é clara: ao entrar na sala de aula, os alunos devem pegar suas garrafinhas com água e tirar os sapatos. Lá, andar descalço faz parte da lição.

O pequeno Vitor Fumian, de 4 anos, planta muda na horta escolar. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

O pequeno Vitor Fumian, de 4 anos, planta muda na horta escolar. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Formada em enfermagem, terá a ajuda de um estudante de nutrição, voluntário como ela.

Em paralelo, no próximo mês, haverá oficina de receitas saudáveis para incentivar as famílias a cuidarem da alimentação em casa.

Na escola, os pais já são orientados a não mandarem comidas industrializadas para o lanche. “O Vitor mesmo já pegou o hábito de escolher a fruta que ele vai trazer”, conta Virgília.

Entre as atividades da instituição ainda estão coleta seletiva e reciclagem. Os brinquedos pedagógicos e lembrancinhas ali produzidos são feitos com embalagens vazias que os alunos juntam em casa.

A escola também aceita rejeitos, como borra de café e cascas de frutas, para os processos de adubagem. “O jardim de infância é para ensiná-los a ter autonomia, a cuidar deles, do outro e do mundo”, resume Vyviane Morais.

Anualmente, com o intuito de aproximar ainda mais escola e comunidade, as crianças fazem uma passeata na quadra para divulgar práticas sustentáveis.

Primeira da Asa Norte, unidade já recebeu o Selo Verde

Referência entre os jardins de infância da rede pública de ensino do DF, o da 404 foi o primeiro da Asa Norte e hoje tem 180 alunos.

Inaugurado em 1964, é o único que já recebeu o Selo Verde. Foi em 2016, em um festival que trata de sustentabilidade.

Agora, as gestoras planejam começar um projeto de aquaponia, sistema que une a psicultura à hidroponia — cultivo de plantas sem o uso de solo, mas com raízes submersas na água.

Além disso, querem instalar calhas para otimizar o reaproveitamento de água e usar o recurso para lavar dependências da escola.

Edição: Raquel Flores