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24/03/2018 às 09:52
Saiba como funciona no DF a estrutura dos diferentes níveis de atenção e o atendimento a ser procurado em cada caso
Os pacientes têm papel fundamental na organização da rede pública. Por isso, segundo a Secretaria de Saúde, é importante que eles evitem, por exemplo, procurar os hospitais para casos mais simples, os quais deveriam ser tratados na atenção primária.
Além de ser um obstáculo à organização da rede, isso onera e dificulta o atendimento de quem realmente precisa desse tipo de unidade.
“Ter demanda de atenção primária dentro do hospital encarece, prejudica e torna ineficiente o sistema”, explica o coordenador de Atenção Especializada, da Secretaria de Saúde, Fernando Uzuelli. “É um processo educacional dos pacientes. Começamos, mas sabemos que ainda vai levar um tempo para se acostumarem.”
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Na prática, a reorganização da rede — que antes se concentrava em fortalecer o atendimento em hospitais — começou com a publicação da Portaria nº 77, em fevereiro de 2017, destaca Uzuelli.
Ela fortalece a atenção primária e preconiza que todas as unidades básicas de saúde (UBS) funcionem com equipes da Estratégia Saúde da Família.
A cobertura da estratégia ultrapassa 69%. Com 549 equipes, são 162 unidades que já funcionam exclusivamente dentro do novo modelo. Elas são o principal meio de atendimento à população e representam a porta de entrada da rede.
“É onde se estabelece vínculo, onde vai estar a equipe que vai acompanhar o paciente durante toda a vida”, destaca o médico. Somente a partir delas é que o paciente acessa os níveis de atenção secundário e terciário. As UBS têm capacidade de resolver até 85% dos agravos da população.
No caso da atenção secundária, ela é definida pelos locais não hospitalares e que não compõem a Estratégia Saúde da Família, como as policlínicas, as unidades de pronto-atendimento (UPAs) e o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão, inaugurado em dezembro de 2017.
É formada por seis UPAs, 18 centros de atenção psicossocial e duas policlínicas. “A atenção secundária é o complemento às unidades básicas de saúde”, resume Fernando Uzuelli.
Ele explica que cabe ao médico vinculado ao paciente na atenção básica determinar se ele precisa ou não de outra especialidade em outro nível. No entanto, mesmo que haja esse encaminhamento, a equipe de referência do usuário continua a acompanhar o histórico de saúde.
A estimativa é que a atenção secundária seja necessária para resolver em torno de 9% dos agravos da população e que uma porcentagem um pouco menor precise da terciária. Esta é formada pelos hospitais de médio ou grande portes e destinados apenas a casos de alta complexidade.
Nos atendimentos de emergência, mesmo sem ainda ser regulado, o fluxo também é semelhante. Atualmente, 50% da agenda das unidades básicas de saúde que contam com a Estratégia Saúde da Família são destinados à livre demanda. Ou seja, a pessoas que tiveram alguma pequena urgência.
“Se for um quadro mais simples, deve-se procurar primeiro a unidade básica de saúde”, reforça Uzuelli. “Todas elas devem prestar o atendimento à livre demanda.”
É o caso da chamada sazonalidade da pediatria, de março a meados de maio. Nesse período, ocorrem infecções respiratórias nas crianças que causam sintomas como febre, coriza e obstrução parcial da respiração nasal.
“De maneira nenhuma se deve, por exemplo, sobrecarregar o Hmib [Hospital Materno-Infantil de Brasília], que está organizado na rede para atender os quadros mais graves.”
Somente quando as unidades básicas de saúde estiverem fora do horário de atendimento o paciente deve procurar, por exemplo, uma UPA. Os hospitais estão estruturados para receber grandes urgências, como pacientes com infarto ou acidente vascular cerebral e vítimas de acidente de trânsito ou violência urbana.
Atenção primária
Estratégia Saúde da Família: equipes formadas por médico, enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde*
*Nem todas as equipes contam com agentes comunitários de saúde
Atenção secundária
Atenção terciária
Edição: Raquel Flores