03/04/2018 às 09:27, atualizado em 04/04/2018 às 11:39

Educação precoce atende 2,5 mil alunos por ano na rede pública

Markus Schneider, de 5 meses, é um dos alunos beneficiados pelo programa disponível em 19 centros de ensino especial do DF

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Markus Schneider, de 5 meses, nasceu prematuro e passou por complicações depois do parto. Encaminhado por um pediatra, o bebê é um dos 215 alunos matriculados no Centro de Ensino Especial 2 de Brasília (612 Sul) para o programa de Educação Precoce.

Na rede pública do Distrito Federal, em média, o programa atende 2,5 mil estudantes por ano em 19 centros de ensino especial distribuídos pelas 14 coordenações regionais.

O programa é referência no País, já que Brasília é a única unidade federativa a oferecer o serviço como parte da grade de educação.

“Em outras, ele é vinculado às secretarias de Saúde. Aqui, além da estimulação, oferecemos acompanhamento educacional”, detalha a diretora de Educação Especial da rede, Claudia Madoz. Segundo ela, toda a demanda que chega é atendida.

A matrícula pode ser feita durante todo o ano, a depender das vagas disponíveisesquerda

Diferentemente do restante da rede, não há um momento específico para a matrícula. Ela pode ser feita durante todo o ano, a depender das vagas disponíveis.

Os responsáveis devem procurar uma regional de ensino, para o aluno ser encaminhado à escola, e levar a documentação necessária, como o atestado médico. Antes de ser inscrito, o estudante passa por uma avaliação.

Evolução motora e inclusão

Os olhinhos atentos no móbile e a cabeça seguindo os movimentos do brinquedo encantam Priscilla Torres, de 66 anos, a avó materna de Markus. “Ele não tinha tanta movimentação do pescoço e da mãozinha. Hoje, se mexe para todo o lado”, conta emocionada.

O programa atende crianças recém-nascidas e de até 4 anos de idade. A intenção é estimular o desenvolvimento integral, auxiliar em questões necessárias para potencializar as competências de cada uma delas e incluí-las na educação regular. Para isso, as atividades envolvem desde incentivos para que engatinhem até técnicas de interação.

Também são atendidos bebês com algum tipo de síndrome ou com atraso neuropsicomotor e que passam por investigação para diagnóstico de autismodireita

Duas vezes por semana, Markus passa por cuidados como a shantala e outras massagens relaxantes. “Todo prematuro tem uma agitação motora forte, por isso são importantes essas técnicas para acalmá-lo”, explica a coordenadora da Educação Precoce no centro de ensino especial, Maria Renata Andrade.

Em outro caso, em uma sala adaptada com obstáculos, os profissionais incentivam as crianças a se locomoverem com independência — elas arrastam objetos, engatinham e caminham. Na piscina, o intuito é trabalhar a atenção e o autoconhecimento sobre o corpo.

A escola ainda conta com um parque e uma agrofloresta, onde, além de se acalmarem, os alunos aprendem sobre o meio ambiente e o respeito a outros seres vivos.

Também são atendidos bebês com algum tipo de síndrome ou com atraso neuropsicomotor e que passam por investigação para diagnóstico de autismo.

Principais parceiros da educação precoce, os responsáveis pelas crianças se envolvem em grande parte das atividades. Os pais acompanham o atendimento dos filhos até que completem 2 anos ou em algum caso de adaptação. Até os 6 meses, o nenê tem duas aulas por semana: uma com um pedagogo e outra com um professor de educação física.

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Depois dos 6 meses, essa quantidade dobra para dois encontros semanais com cada profissional. Após os 2 anos, quando estão mais independentes, os alunos passam a integrar grupos, e as reuniões ocorrem de duas a três vezes por semana, com horários variados.

Independentemente da idade dos filhos, é necessário que os pais permaneçam na escola durante todo o período de atividade, mesmo que não possam estar na aula. Isso porque a presença deles pode ser solicitada em alguma etapa do processo de desenvolvimento.

Edição: Raquel Flores