24/05/2018 às 16:16, atualizado em 25/05/2018 às 09:37

Estudantes de escola pública vivem dia de diplomata na Embaixada da Bélgica

Crianças do 5º ano da Escola Classe Aspalha conheceram a sede da representação diplomática nesta quinta (24), dentro do programa Embaixadas de Portas Abertas

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Como forma de compreender a rotina diplomática da Bélgica em Brasília, alunos do quinto ano da Escola Classe Aspalha, da área rural do Lago Norte, tiveram a oportunidade de simular atividades típicas da função.

A visita à representação do país no Brasil, no Setor de Embaixadas Sul, ocorreu nesta quinta-feira (24), no âmbito do programa Embaixadas de Portas Abertas.

Recepcionados pelo embaixador da Bélgica no Brasil, Dirk Loncke, e pelo ministro-conselheiro Hendrick Hoggen, os alunos percorreram a chancelaria e os jardins do prédio, projetado pelo paisagista Burle Marx na década de 1960.

O Embaixadas de Portas Abertas proporciona intercâmbio cultural de alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal e fortalece o processo de internacionalização de Brasília.

No escritório do embaixador, Anny Gouveia Duarte, de 10 anos, foi escolhida embaixadora interina durante a visita. Com apoio dos colegas, ela leu e assinou uma carta fictícia preparada pela equipe técnica da sede diplomática.

Os alunos indagaram sobre o sistema político belga, a colonização na África Central e a cultura de inclusão e diversidade sexual no paísesquerda

O documento, endereçado ao técnico da Seleção Brasileira, Tite, pedia dicas para a seleção belga vencer a Copa do Mundo na Rússia. Na residência oficial, as crianças participaram de uma apresentação sobre a tradição e os costumes belgas.

Entre os dados comentados estavam os três idiomas oficiais do país (holandês, francês e alemão), as principais cidades e atividades econômicas, como comércio de diamantes na Antuérpia.

Os alunos demonstraram que se prepararam bastante para a visita. Eles questionaram o ministro-conselheiro sobre o sistema político, a colonização que a Bélgica empreendeu em países da África Central e a cultura de inclusão e diversidade sexual.

A atividade surpreendeu positivamente o corpo diplomático da Bélgica. “Não é uma visita comum, e nós ficamos um pouco apreensivos, para ser bem honesto. Quando as crianças chegaram, nós ficamos muito felizes por elas prestarem muita atenção a tudo, por terem feito várias perguntas e por serem tão educadas”, disse Hoggen.

A troca de experiências é válida tanto para quem recebe quanto para quem faz a visita, de acordo com a colaboradora do governo de Brasília Márcia Rollemberg.

“Esse é um exercício de aprendizagem para a escola e para a embaixada. É muito importante ampliar os horizontes e expandir o discurso diplomático para interculturalidade, para a formação das nossas crianças”, defendeu.

O programa Embaixadas de Portas Abertas

O Embaixadas de Portas Abertas começou, como piloto, em 2015 e foi instituído oficialmente em 9 de agosto de 2017.

A iniciativa é uma parceria da Assessoria Internacional com a Secretaria de Educação e a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) — que leva os alunos às embaixadas.

As representações diplomáticas interessadas em participar podem enviar e-mail para assessoria.internacional@buriti.df.gov.br.

As atividades fazem parte do programa Criança Candanga, conjunto de políticas públicas voltadas para a infância e a adolescência em Brasília.

Edição: Vannildo Mendes