18/04/2019 às 10:40, atualizado em 12/07/2019 às 16:12

Faixa reversa da EPTG completa um mês com aprovação geral

Usuário de transporte coletivo comemora tempo reduzido no trânsito, porém mais de mil motoristas já foram autuados por desrespeito à medida

Por Jéssica Antunes e Renata Moura, da Agência Brasília

A faixa reversa da Estrada Parque Taguatinga-Guará (EPTG) completa um mês nesta quinta-feira (18) e já está consolidada como alternativa na redução do tempo de viagem para os usuários de transporte coletivo. O trânsito tem fluído bem no local. Entretanto, no mesmo período, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) autuou 1.125 motoristas que desrespeitaram a sinalização, fizeram manobras proibidas e derrubaram cones que limitam os espaços de tráfego exclusivo.

Atualmente, cerca de 120 mil veículos circulam diariamente pela estrada, tecnicamente chamada de DF-085. Ali, a velocidade média é de 80km/h. A faixa reversa funciona em uma extensão de 12,6 km com a disposição de dois mil cones e dezenas de placas de sinalização em ambos os lados. Desde 18 de março, o Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha na Operação EPTG, com inversão de faixas de usos de coletivo com a intenção de diminuir o tempo de viagem e aumentar em 20% a fluidez.

[Numeralha titulo_grande=”1.125 mil” texto=”Total de motoristas autuados por desrespeito à sinalizaçãodireita

Os usuários de transporte público aprovam e comemoram a mudança, que permitiu a redução de pelo menos 20 minutos no percurso cotidiano pelo trânsito. A auxiliar de serviços gerais Inácia Lins, 46 anos, até trocou o trajeto feito ao trabalho, no Noroeste, para usufruir do novo modelo da EPTG. Moradora de Samambaia Norte, ela costumava embarcar em um coletivo que passava pela Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) e que, atualmente, demanda menos tempo de deslocamento pela faixa reversa. “É uma maravilha; facilitou demais a vida de quem depende de ônibus, porque não fica parando no congestionamento de todos os dias”, destaca.

Altair da Silva, 42 anos, passa pela pista nos dois horários de pico (das 6h às 9h e das 17h30 às 19h45) e garante: “O tempo de deslocamento realmente diminuiu bastante, de 15 a 20 minutos”. Diariamente, ele sai do Riacho Fundo II rumo ao Plano Piloto. À noite, segue para a faculdade onde estuda, localizada no Pistão Sul. Apesar de se locomover principalmente de ônibus, ele acredita que a alteração também beneficiou os motoristas. “É vantagem porque mantém acessos livres e reduz a disputa de espaço entre os veículos”, resume.

Infração grave

Motoristas que optam por seguir na via exclusiva em sentido único não podem mudar de faixa de rolamento ao longo do trajeto. Isso é reforçado pela sinalização horizontal, com faixa contínua, e a instalação dos cones que delimitam a passagem. Ainda assim, condutores de veículos insistem na imprudência – e o desrespeito pesa no bolso.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, esse tipo de infração é grave, acarretando cinco pontos na carteira de habilitação do condutor, que também precisa pagar multa no valor de R$ 195,23. Em cada dia de funcionamento do novo modelo, quase 40 autos de infrações foram emitidos. Além disso, todos os dias os cones danificados precisam ser substituídos.

“Passamos diariamente ajustando os cones que saíram da posição”, conta o especialista em trânsito da Superintendência de Obras do DER, Márcio Soares. “Toda semana, cerca de 30 cones são substituídos porque ficam destruídos quando os motoristas passam com os veículos por cima deles”.

Soares explica que os equipamentos de segregação de faixas – nome oficial dos cones – são distribuídos para evitar que os veículos possam furar o bloqueio, mudando de faixa. “Os motoristas se arriscam e acabam derrubando os sinalizadores. É algo muito perigoso porque, ao fazerem isso, eles arremessam o cone em outra pista e pode acontecer um acidente muito grave. É uma pista de rolamento de alta velocidade”, adverte.