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02/05/2019 às 12:59, atualizado em 12/07/2019 às 16:05
Secretário de Saúde Pública do DF, Osnei Okumoto, discorre sobre ações de sua pasta
Quatro meses à frente da Secretaria de Saúde, sob a batuta do governador Ibaneis Rocha, foram suficientes para mostrarmos à população que a crise na saúde pública tem conserto, soluções viáveis e caminhos a serem trilhados de forma segura e transparente. É possível levar adiante uma gestão que supere o caos deixado por gestões anteriores, de forma a oferecer um serviço de qualidade, humanizado, com dignidade e respeito às pessoas, principalmente aos mais humildes.
O ponto de partida estabelecido, de forma acertada, pelo governador, foi a decretação do estado de emergência, com o lançamento do programa SOS DF Saúde. No horizonte, a recuperação e ampliação da infraestrutura, a garantia de medicamentos e insumos, a busca de soluções para o déficit de pessoal com o objetivo de assegurar a manutenção das unidades de saúde. Nesse contexto, o mutirão para realizar cirurgias emergenciais e eletivas é destaque e está trazendo resultados consideráveis.
Simultaneamente, o governador decidiu ampliar o Instituto Hospital de Base, ajustando-o ao formato Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF, que, aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, assume a missão de estender os parâmetros e os benefícios desse modelo ao Hospital de Santa Maria e às seis unidades de pronto atendimento (UPAs). Essas melhorias estão em prática, com a reforma de pisos, tetos, sanitários, bebedouros, mobiliário, ar-condicionado, além de conserto e manutenção de equipamentos médicos nas seis UPAs do DF. Todas elas foram devidamente abastecidas de insumos e medicamentos.
Estamos fechando os quatro meses de gestão com mais de 20 mil cirurgias realizadas. Quase 8 mil dessas intervenções foram eletivas. Reorganizamos o mapa da saúde e organizamos a estrutura física e de profissionais. Demos insumos e leitos de retaguarda para que as cirurgias ocorressem, aliviando um pouco o sofrimento de milhares de pacientes que aguardavam, havia meses, até mesmo anos, na fila de espera. Abrimos 30 leitos de UTI pediátrica no Hospital da Criança de Brasília, 26 leitos de internação no Hospital de Base, e iniciamos processo de contração de leitos de UTI com a rede hospitalar privada. Nesse quesito, ainda falta muito a ser feito. Mas demos os primeiros passos de forma segura e eficiente.
Outro ponto atacado com determinação foi a regularização de dívidas e débitos em atraso com prestadores de serviços e empresas. Vários deles estavam em descompasso com o ritmo imposto pela nova gestão, principalmente em razão da necessidade de buscar soluções rápidas, emergenciais, para o caos na saúde pública. Cerca de R$ 1 bilhão de exercícios anteriores foram pagos em quatro meses. Servidores desestimulados, com créditos a receber desde 2002, também foram contemplados por pagamentos nesta gestão. Mais de R$ 37 milhões foram executados em Trabalho em Período Definido (TPD), horas-extras, licenças-prêmios e outros débitos.
Estamos investindo na atenção integral à saúde. Novas unidades básicas de saúde para as populações de Santa Maria, Gama, Estrutural e Planaltina estão em atendimento. Nesta semana, entregamos uma ambulância adaptada à equipe do Consultório na Rua da Região de Saúde Central. O objetivo é melhorar os atendimentos de atenção primária às pessoas em situação de vulnerabilidade social e marginalizadas da sociedade.
A gestão dos últimos quatro meses foi coroada com o sucesso da cirurgia delicada de separação das irmãs siamesas craniópagas, de 11 meses de idade, realizada no Hospital da Criança de Brasília. O procedimento, de alta complexidade e raríssimo, foi o primeiro dessa natureza realizado no DF, a terceira no Brasil e a décima ocorrida em todo o mundo. A operação contou com a participação de profissionais da rede pública, médicos e enfermeiros de outros estados e até de Nova Iorque (EUA). Os pais das meninas, Rodrigo Martins e Camila Vieira, disseram-se felizes, esperançosos e demonstraram agradecimento a todos os participantes do procedimento, desde o pré-natal e o parto, no Hospital Materno Infantil de Brasília, até os cuidados e o profissionalismo da equipe de cirurgiões do Hospital Regional da Asa Norte. A rede pública atuou de forma coordenada e eficiente.
Demos os primeiros passos, que não serão os únicos nem os últimos, de uma caminhada que tem o propósito claro e determinado de tirar a saúde do caos em que foi abandonada e, fundamentalmente, garantir que ela seja sempre pública, torne-se humanizada e capaz de dar dignidade aos seres humanos que dela necessitam. É esse o propósito. É dessa forma que continuaremos organizando nossos trabalhos e as nossas ações.
* Artigo publicado na edição desta quinta-feira (2) do jornal Correio Braziliense