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03/06/2019 às 11:24, atualizado em 04/06/2019 às 10:52
Segundo a corporação, pessoas que queimam lixo doméstico estão entre as maiores responsáveis pelo fogo sem controle
Antes que a seca chegue ao Distrito Federal, 80 militares do Corpo de Bombeiros estão atuando diariamente na prevenção de incêndios. A equipe, que é referência no Brasil por ter maior efetivo e no mundo pela capacitação, trabalha pela conscientização da população, especialmente dos moradores de áreas rurais.
Segundo o capitão João Henrique Corrêa, a maior causa de incêndio se relaciona a pessoas que queimam lixo de casa, restos de podas de árvores ou entulhos, além de jogar bitucas de cigarros e deixar fogueiras mal apagadas. “As pessoas ignoram as condições climáticas, como vento, umidade e acabam perdendo o controle desse incêndio. É preciso ter consciência de que isso é um crime”, alerta.
Desde 2009, a Lei nº 483/09 proíbe a queima de restos de vegetais e lixo no território do DF, rendendo punição em instâncias variadas. Os autores respondem em esfera administrativa, com multa, por exemplo, e criminal, por dolo ou culpa. Também são obrigados a recompor a vegetação destruída. Em 2018 foram 6.483 ocorrências atendidas pelos bombeiros, em 7.642,34 hectares, o que equivale a 10.703 campos de futebol.
Zona rural
O capitão João Henrique Corrêa lembra que, caso o proprietário de imóvel localizado em zona rural deseje utilizar o fogo para alguma situação específica, é preciso procurar o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para pedir autorização. “O morador precisa ter um plano de queima, especificar qual é a área, se há recursos de prevenção, entre outros pontos”, exemplifica.
Corrêa também alerta que os incêndios causam a perda da vegetação nativa, diminuindo a absorção de água e também a poluição. “Quando [os incêndios] são de grandes e médias proporções, perto de ambientes urbanos, fica muita fumaça, que não dispersa, e isso acaba causando problemas respiratórios para a comunidade que vive nas redondezas”, diz.
Neste mês, o governador Ibaneis Rocha declarou estado de emergência ambiental no Distrito Federal. Por meio do decreto número 39.817, todos os órgãos do governo ficam em alerta de prevenção e combate a incêndios florestais no período da seca. A medida vale até novembro, mês que oficialmente retoma a fase de chuvas mais intensas e frequentes na região.