12/06/2019 às 11:05

Dia dos Namorados acende alerta para a prevenção de infecções sexuais

A sífilis é a principal preocupação das autoridades sanitárias do DF. Apesar de o tratamento promover a cura, não garante imunidade

Por Agência Brasília*

A prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) deve ser uma rotina e, nos Dia dos Namorados, vale reforçar: os cuidados com a saúde não podem ser deixados de lado, não importa a época. Por isso, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal alerta para a importância do uso de preservativos e das demais formas de proteção.

“Temos outros instrumentos de saúde utilizados no que chamamos de prevenção combinada. Podem ser medicamentos junto ao preservativo, ou alguma estratégia de saúde adotada para minimizar as vulnerabilidades e os riscos”, explica a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde, Rosângela Ribeiro.

Para o HIV, por exemplo, pode ser usada a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). “A pessoa que se expôs sexualmente, ou em um acidente com material biológico ou exposição sexual não consentida, tem a possibilidade de tomar um conjunto de medicamentos chamado de PEP para evitar contrair o vírus HIV”, informa.

O diagnóstico e o tratamento também fazem parte desse conjunto de instrumentos utilizados na prevenção combinada. “Uma vez que é diagnosticada, você possibilita a cura ou a redução da transmissão dos agentes das doenças”, lembra Rosângela.

 

Sífilis

No cenário epidemiológico do Brasil e do Distrito Federal, a sífilis é a principal preocupação das autoridades sanitárias. Apesar de o tratamento promover a cura, não garante imunidade, pois é possível contrair a doença toda vez que se ficar exposto a ela.

“Vivemos uma epidemia mundial de sífilis. Por isso, é necessário à população fazer o teste periódico para identificar a doença. Ela parece uma úlcera, fica silenciosa por anos, causando lesões que, muitas vezes, passam despercebidas. Só a testagem proporciona um diagnóstico e a possibilidade de tratamento”, afirma Rosângela Ribeiro.

 

Casos

Dados do último monitoramento de agravos, elaborado pela Secretaria de Saúde, apontam que o número de casos de sífilis adquirida, no Distrito Federal, aumentou de 1.608, em 2017, para 1.840, em 2018. Somente neste ano, já foram detectados 721 casos de sífilis até 28 de maio.

A maior proporção de infectados por sífilis ocorreu no sexo masculino. Neste público, foram 1.095 casos em 2017, e 1.392 em 2018, enquanto as mulheres totalizaram 512 e 448 nos mesmos períodos, respectivamente.

Os casos de sífilis em gestantes também subiram de 414 para 561, e o de sífilis congênita (transmitida ao feto pela placenta), de 281 para 389, de 2017 para 2018.

“Em todos os agravos, temos de falar da prevenção e do adequado diagnóstico das gestantes. Temos toda uma conduta de tratamento e manejo delas durante a gestação, para que não passem essas doenças para os bebês. Mas, para isso, elas devem procurar as unidades e fazer os testes”, ressalta a gerente.

 

HIV

Nos casos de HIV detectados pela Secretaria de Saúde, foram registradas 656 ocorrências em 2017, e 648 em 2018. Neste ano de 2019, foram 71 casos contabilizados até 12 de março. O público que apresentou a maior quantidade também foi o masculino, com 572 registros, em 2017, e 544, em 2018.

Rosângela Ribeiro ressalta que é necessário que população mais jovem, entre 15 e 19 anos, fique atenta aos perigos do HIV. “Nos chama a atenção o fato de que vem aumentando o número de casos de HIV nessa população muito jovem. Talvez por não ter vivenciado a era Aids no passado, e por terem medicamento disponível, fazendo o sexo protegido ficar negligenciado. Podem ser muitos os fatores que determinam essa maior vulnerabilidade”, alerta.

Outro público vulnerável tem sido o dos homens que fazem sexo com outros homens (HSH). Entre eles, os que apresentaram maior registro, nos últimos anos, foram os homossexuais, com 391 casos, em 2017, e 353, em 2018.

“É uma população que tem uma vulnerabilidade acrescida, e a prevalência das ISTs é mais elevada neles. Por isso, a importância de se falar em prevenção”, completa a gerente.​

* Com informações da Secretaria de Saúde