12/06/2019 às 14:01, atualizado em 12/07/2019 às 15:44

Força-tarefa da Saúde reorganiza fluxo de atendimentos em Ceilândia

Contratação de profissionais e investimento de R$ 435 mil reforçam ações do GDF para melhorar saúde do DF

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Ceilândia está de cara nova. Sob administração do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), o centro de saúde passou por ampla reforma e ganhou reforço de pessoal para melhorar o atendimento à população. Ao todo, foram investidos R$ 435.960 na unidade, que apresentava status de abandono.

Além de trocar piso, fachada e lâmpadas, o Iges-DF instalou pias, vidros e mobiliário do local. Ficaram para trás monitores com problemas técnicos; ar-condicionado sem manutenção; falta de insumos, medicamentos e material para realização de exames; banheiros em mau estado; falta de ventiladores; tomadas sem funcionamento e a escassez de profissionais. A UPA, enfim, está renovada.

“Quando assumimos, não tinha médico, piso, enfermeiro, nada”, conta o presidente do Iges-DF, Francisco Araújo. “A UPA funcionava de forma precária. Toda a infraestrutura foi feita. Colocamos insumos e trouxemos profissionais. Do ponto de vista do Ministério da Saúde, a UPA está atendendo todos os critérios”.

O corpo de funcionários foi ampliado, passando de 120 para 200. A escala de médicos está completa. A tendência, segundo a direção do Iges-DF, é que, com a normalização de outras unidades de Ceilândia, a UPA possa oferecer um atendimento cada vez melhor.

Melhorias

A mudança foi observada por usuários e funcionários. O cozinheiro Antônio Marcos Ferreira visitou o local na manhã desta quarta-feira (12) e elogiou as melhorias. “Tenho doença de chagas, sinto muitas dores e estou tentando resolver aqui”, conta. “Fui bem-atendido, de forma rápida, e me deram a medicação. Dá para notar que melhorou. É muita gente para ser atendida, e, às vezes, as pessoas precisam ter paciência.”

Dentista da unidade de Ceilândia, Antônio Vicente listou as mudanças no consultório em que atende à população: “A reforma era necessária, foi feita e realmente melhorou as condições de trabalho. A gente se sente bem com iluminação melhor, piso e cadeira adequados. Essa nossa sala tinha um problema crônico de mau-cheiro que foi resolvido”.

Raio-X

As ações na UPA são elaboradas de acordo com o diagnóstico feito pelas equipes do Iges-DF. As principais atividades realizadas até agora envolvem manutenção do sistema elétrico, adequação do sistema hidráulico, serviço civil, conserto de portas e maçanetas, instalação de tubulações de oxigênio e de ar comprimido em algumas unidades, limpeza dos aparelhos de ar-condicionado e instalação de novos equipamentos do tipo split.

Também foram executados serviços de jardinagem e paisagismo, limpeza da fachada e de outras áreas, troca dos banners e de longarinas, substituição da iluminação interna e externa por lâmpadas de LED, trabalhos de vidraçaria, entrega de enxovais e fornecimento de insumos e medicamentos.

Até o momento, foram investidos R$ 469.762,44, sendo a maior parte desse valor (R$ 435.960,14) empregada na UPA de Ceilândia. O restante foi distribuído entre as UPAs de São Sebastião (R$ 14.218,60), do Núcleo Bandeirante (R$ 5.920), do Recanto das Emas (R$ 4.773), de Sobradinho (R$ 3.210,70) e de Samambaia (R$ 1.900), além do Hospital de Santa Maria (R$ 3.780). O Iges-DF também repassou R$ 466 mil em medicamentos e materiais médicos hospitalares. Nesse total, não estão computados os valores referentes a conserto, manutenção e reposição de equipamentos médicos.

Nova gestão

Desde 27 de maio, as seis UPAs do DF são administradas integralmente pelo Iges-DF, que já gerencia o Hospital de Base e também passou a controlar o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Antes mesmo da assinatura de liberação dos recursos, uma série de ações começou a ser implantada para melhorar os serviços ofertados por essas unidades, como a seleção para contratação de recursos humanos, a manutenção e a reforma das UPAs e do HRSM e o reabastecimento do estoque de medicamentos e materiais médicos, além de consertos e aquisição de equipamentos hospitalares.

Em 2019, o instituto abriu processo seletivo para 2.420 vagas destinadas a aproximadamente 40 cargos, tendo 43.961 candidatos feito inscrição. Para a vaga de médico, mais de 1,2 mil profissionais se inscreveram, enquanto a concorrência para os cargos de enfermeiro e técnico de enfermagem registrou mais de 15 mil inscritos. Somente nas UPAs, foram 529 oportunidades.