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09/07/2019 às 11:39
Chegada de mais profissionais e informatização do sistema ajudaram a acabar com a angústia de 113 pessoas que aguardavam o procedimento
O Hospital Regional de Sobradinho (HRS) conseguiu zerar a fila de pacientes com câncer urológico que esperavam por uma cirurgia na unidade. Um total de 113 pessoas aguardava, este ano, para fazer o procedimento. Com a informatização da fila de espera e a chegada de mais profissionais de saúde foi possível acabar com a demanda reprimida do hospital.
O último que fez o procedimento foi o pedreiro Gabriel Gonçalves, 59 anos, que, agora, está em recuperação no HRS. “Há dois anos e meio eu precisava fazer essa cirurgia, mas não tinha como fazer na rede particular. Aguardei um ano no Sistema Único de Saúde até ser atendido. Agora, me sinto bem, e estou muito satisfeito com o atendimento e a equipe médica. Valeu a pena”, avalia Gabriel.
Segundo a gerente de Assistência Cirúrgica do HRS, Talita Bringel, todos os pacientes que esperavam por uma cirurgia oncológica na Urologia da unidade foram atendidos este ano. “Conseguimos zerar a fila de câncer [urológico]. Os pacientes que nos procuraram já estão com tratamento cirúrgico feito, e esses são justamente os que não podiam esperar mais”, afirma.
“Tudo foi realizado de forma muito transparente, com consultas, exames laboratoriais e de imagem, e procedimentos regulados, permitindo um acesso mais rápido e a horizontalização das linhas de cuidados”, destaca o superintendente da Região de Saúde Norte, Ricardo Mendes.
Melhorias
Para conseguir esse feito, o hospital precisou passar por algumas mudanças. Além do reforço de um novo cirurgião e dois anestesistas, que chegaram à unidade desde o início do ano, a fila de espera foi informatizada, com a possibilidade de a equipe ter acesso a ela até por smarthphone.
“Deixamos a fila mais organizada e informatizada. Isso ajudou a conhecermos os pacientes com tem tumor e a colocá-los como prioridade na fila. O fato de termos mais pessoas e operar com mais frequência também foi determinante para conseguir zerar essa fila. Agora, operamos duas vezes por semana, toda quarta e sexta-feira”, informa o urologista Carlos Andrade.
O médico lembra que, ano passado, não tinha, durante semanas, operações desse tipo, por falta de profissionais de saúde. “Acumulou, nos últimos anos porque, antes, não havia uma constância na sala cirúrgica. Faltava anestesista, técnico, instrumentos. Mas tendo nas salas os profissionais, conseguimos dar vazão aos casos com tumores”.
O superintende Ricardo Mendes ressalta: “Com a dedicação de uma equipe multidisciplinar e a otimização de salas de centro cirúrgico, de leitos de internação e de consultas ambulatoriais, o Hospital Regional de Sobradinho conseguiu zerar a fila”.
Consultas
De acordo com Mendes, do início de janeiro até 31 de maio, foram realizadas 1.598 consultas na Urologia do HRS, envolvendo todo tipo de caso. “Como recebemos mais médicos, conseguimos abrir ofertas para consultas ambulatoriais, todas reguladas. Podemos dizer que foi um recorde, porque foi, aproximadamente, o dobro da média de consultas que fizemos no mesmo período do ano passado”, informa.
Próximo passo
Com a fila zerada para câncer, o próximo passo, na Urologia do HRS, é dar vazão aos pacientes com Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), caracterizada pelo aumento da glândula da próstata associada à idade, que pode causar dificuldades para urinar. Atualmente, são 106 pacientes na fila para esta cirurgia.
“A maioria desses pacientes usa sonda e isso diminui a qualidade de vida. Agora, vamos tentar otimizar essa fila, para que eles não precisem mais da sonda. Mas, se aparecer um paciente com câncer, a prioridade será dele”, explica a gerente de Assistência Cirúrgica do HRS, Talita Bringel.
Com a informatização da fila, o urologista Carlos Andrade ressalta que será mais fácil fazer uma análise dos pacientes que estão com sonda para, então, serem operados. “Consigo saber quem são eles, qual o diagnóstico, quantos são. Tudo de um jeito mais prático e rápido”.
No HRS, a demanda total para procedimentos urológicos, de várias naturezas, que não envolvem tumores, tem 268 pacientes na espera.
Tipos
Entre os tipos mais comuns de câncer urológico, existem alguns com maior taxa de incidência. Entre eles, é possível citar o de bexiga, rim e o mais diagnosticado entre os homens, que é o da área da próstata. Além dos tumores citados, entre outros tipos estão o câncer nos testículos, no pênis, na pelve, entre outros.
*Com informações da Secretaria de Saúde