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01/08/2019 às 09:20, atualizado em 01/08/2019 às 11:16
Primeiro hotel construído em Brasília, o espaço se tornou símbolo do luxo, da cultura e do poder nos anos 60. Abalado por um incêndio em 1978, ele ressurgiu e voltou à ativa
Baixinho, com seus três andares que lembram a estrutura dos prédios da Esplanada que vieram depois, o Brasília Palace Hotel tinha 135 quartos e foi o primeiro estabelecimento do gênero no Brasil a ter sistema de ar-condicionado. Nos seus anos de glória o lugar possuía, como estrutura, a piscina, quadras de vôlei, tênis e basquete, uma prainha charmosa formada na beira do lago, além de restaurante e dois bares. Os serviços do espaço foram oferecidos antes de sua inauguração, quando recebeu, ainda com as instalações incompletas, o então ditador paraguaio Alfredo Strossner. Era uma emergência.
“A dois de maio, Brasília recebe a visita do Presidente do Paraguai, General Alfredo Stroessner, (…), sendo ali realizado imponente banquete em homenagem àquele visitante”, escreve no livro Histórias de Brasília – Um Sonho, Uma Esperança, Uma Realidade, Ernesto Silva, um dos diretores da Novacap.
Concluído e inaugurado, o Brasília Palace Hotel virou referência de glamour e badalação na cidade. Era o espaço de confraternização e convivência dos pioneiros, gente da alta sociedade, políticos e embaixadores. E dos servidores vindos de outros pontos do país, que se encontravam nos bailes e festas no salão principal, um luxo só. Para começar, contava, e conta até hoje, com uma das primeiras obras assinadas pelo artista plástico Athos Bulcão, em Brasília. Com mais de 2m de altura, o trabalho, um mural com influências surrealistas, é bem diferente das intervenções realizadas com os conhecidos azulejos.
“Foi a última visita que ele fez em vida a Brasília. Teve algumas surpresas, outras nem tanto. A gente tem uma honra grande de ter essa Rural Willys aqui, por conta de toda a simbologia que ela traz”, diz, emocionada, a gerente Mariana Ramalho.
A lista de hóspedes que já passaram pelo Palace Hotel chama a atenção pelo ineditismo, elegância e diversidade. Símbolo do luxo, da cultura e do poder dos anos 60, o espaço serviu de pouso para a realeza mundial. Quando tudo em Brasília ainda era um canteiro de obras e poeira a perder de vista, estiveram por aqui, entre outros, o príncipe Misaka, do Japão, em junho de 1958; o príncipe Bernhard, da Holanda, em janeiro de 1959; além da duquesa de Kent, da Inglaterra, em março do mesmo ano.
Em abril de 1959, o comandante cubano Fidel Castro passou pela cidade, visitou o Palace, gostou do que viu, mas deixou para descansar o esqueleto em outras padrarias. Convidado pelo presidente Jânio Quadros para receber uma condecoração, em agosto de 1961, o colega de farda e ideologia, Che Guevara, ficou hospedado no apartamento 305. Estrelas da nossa música como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Chico Buarque, Odair José e os comediantes Mussum e Zacarias desfrutaram do conforto e charme do espaço. Então no auge da carreira, ainda curtindo os louros do sucesso do disco Gitá, lançado um ano antes, o roqueiro Raul Seixas pernoitou no quarto 231, em junho de 1975. No mesmo ano, em novembro, Ney Matogrosso, no ápice da carreira solo, após arrebatar o país à frente dos Secos & Molhados, fez um show à meia-noite no Golden Room do Hotel.
À frente de uma equipe de 40 pessoas responsável pela limpeza e organização dos hoje 156 quartos do Brasília Palace Hotel, a governanta Rosimaria Rodrigues não esconde a satisfação de trabalhar num lugar com uma história tão bonita com a cidade. Ela conta que um dos momentos mais marcantes ali foi quando recebeu a seleção brasileira durante a Copa de 2014 e a musa das passarelas, Gisele Bündchen. “É sempre um grande prazer receber a clientela do estabelecimento, tenho orgulho de trabalhar num lugar com a importância que tem o Brasília Palace Hotel”, resume.