13/08/2019 às 13:41, atualizado em 14/08/2019 às 18:23

É dado o primeiro passo para a privatização da CEB

GDF assina contrato com o BNDES, que passa a administrar o processo de venda da distribuidora de energia

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) foi contratado para assessorar o processo de privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB) Distribuição. Na manhã desta terça-feira (13), o Governo do Distrito Federal (GDF) intermediou a assinatura de um acordo de cooperação entre a CEB Holding e a instituição bancária para a venda de 51% das ações da distribuidora de energia do DF. Os outros 49% permanecem sob o controle do Executivo.

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O propósito de passar à iniciativa privada o controle acionário da CEB Distribuição é aumentar os recursos do caixa da companhia e proporcionar uma prestação de serviço mais eficaz e de melhor qualidade ao consumidor. A ação marca o início do processo de desestatização no GDF. “Estamos aqui para receber investimentos do setor privado e melhorar a qualidade dos serviços prestados à população”, destacou o governador Ibaneis Rocha. Ele explicou que processos como esse exigem elaboração, coordenação e integração de diferentes estudos técnicos de diversas especialidades.

O contrato com o BNDES inclui a montagem prévia da operação que vai captar recursos para a reestruturação financeira da CEB Distribuição, e assim contribuir para o sucesso da transferência do controle da subsidiária. O contrato vai vigorar pelo prazo de 39 meses, a contar da data de assinatura, podendo ser prorrogado até a conclusão do objeto.

“Essa reestruturação financeira poderá ocorrer mediante emissão de títulos de dívida realizada pela CEB Holding ou outras empresas do mesmo grupo, existentes ou a serem constituídas, conforme recomendação do BNDES”, explicou o presidente da companhia, Edison Garcia.

Acordos

O BNDES e o Distrito Federal já assinaram o acordo de cooperação nº 19.2.0302.3 para o planejamento preliminar de projetos de desestatização, que incluem também, além da CEB, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e o Metrô de Brasilia.

Caberá ao banco assessorar as companhias e coordenar a produção dos estudos técnicos para realização do objeto do contrato; contratar os serviços técnicos necessários e manter a CEB Holding informada sobre os procedimentos realizados para contratação de serviços de terceiros, entre outras atribuições.

Já a CEB, por sua vez, deverá fornecer ao BNDES materiais, dados, informações, esclarecimentos, acessos e autorizações relacionados ao projeto, além de proporcionar todas as condições para que a instituição cumpra com suas obrigações no contrato. A companhia também deverá fazer a interlocução com órgãos públicos e entidades municipais, estaduais, distritais e federais cuja participação venha a ser necessária para a realização das atividades compreendidas no contrato.

De acordo com o presidente da CEB, não há informações sobre valores de venda da empresa. “Arriscar números agora seria prematuro e temerário, já que a companhia não passou ainda por nenhum processo de avaliação”, informou.

BNDES

Fundado em 1952, o BNDES é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e constitui o principal instrumento do governo federal para financiamentos de longo prazo e investimentos em todos os segmentos da economia brasileira. Com reconhecida expertise em processos de desestatização – tanto na estrutura de projetos quanto no apoio financeiro –, o banco oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.

Além do governador Ibaneis Rocha e do presidente da CEB, participaram da assinatura do acordo o vice-governador Paco Britto, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o secretário especial de Desestatização, Desenvolvimento e Mercado do Ministério da Economia, Salim Mattar, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rui Coutinho, que comemorou: “Ao assinar este contrato, Brasília sai na frente ao servir de modelo para outros estados dispostos a fazer como nós”.