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13/08/2019 às 19:00, atualizado em 14/08/2019 às 11:42
Negociação para liberação dos recursos, na ordem de R$ 21 milhões, foi iniciada na gestão Ibaneis ainda no governo de transição
“Se estou no parque e quero ir para Taguatinga, vou passar por baixo da Epig, fazer uma tesourinha e ir para Taguatinga. Se quero ir para o Sudoeste, também passo por baixo e sigo reto, em vez de fazer a tesourinha”, explica o assessor da Secretaria de Obras Maurício Canovas.
“O mesmo acontece no outro sentido. Quem está no Sudoeste e quer ir para o Parque da Cidade passa por baixo e não precisa ir lá na frente para fazer o retorno. Quem vem de Taguatinga e quer ir para o Sudoeste, passa por cima do viaduto”, acrescenta.
A reclamação dos motoristas que passam por ali é justamente a demora dos semáforos. Gilvan Júnior Rodrigues da Silva, 27 anos, trabalha na 504 Sul e mora em Taguatinga Sul. No caminho de casa, ele passa todo dia pela saída do Parque da Cidade para pegar a Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG). E conta que demora cerca de dez minutos para passar pelo semáforo na saída do parque.
“O sinal demora e o fluxo de carros é muito grande. Hoje está mais tranquilo, tem dia que é mais cheio, especialmente às sextas-feiras. Um viaduto aqui vai ajudar muito”, diz.
Corredor Eixo-Oeste
O projeto do viaduto faz parte do Corredor Eixo-Oeste, via de ligação entre o Sol Nascente e o Plano Piloto, passando por Taguatinga. Com 38,7 quilômetros de extensão e orçado em R$ 750 milhões (valores de 2015), o projeto prevê alargamento de pistas e construção de faixas exclusivas nas principais vias do trajeto, como a Hélio Prates, a Epig (chegando ao Eixo Monumental) e a Estrada Parque Polícia Militar (ESPM), que passa pelo Setor Policial até o Terminal da Asa Sul.
As obras são feitas por trechos para aproveitar os recursos à medida que eles são liberados. E também porque seria inviável fazer as intervenções de uma só vez no trânsito.
Esse será o primeiro conjunto de viadutos de um total de três previstos para a Epig. Segundo Canovas, a ideia é acabar com os semáforos na via. Um outro viaduto será feito na chegada à Octogonal e um terceiro na altura dos postos de combustíveis na chegada ao Setor de Indústrias Gráficas. Quando o Corredor EIxo-Oeste estiver concluído, toda a Epig terá quatro faixas em cada sentido, uma delas exclusiva para o BRT.
Licitação revogada
Em agosto de 2014, o governo chegou a publicar o edital de licitação para a construção do viaduto, mas ela foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por causa dos recursos federais, e por grupos de ciclistas. Assim, a obra acabou revogada.
“Os ciclistas queriam que tivesse uma ciclovia no viaduto e o TCU questionou o remanejamento de uma adutora da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) que passa pelo local. Pelo projeto, a empresa que fosse construir o viaduto faria o remanejamento, mas o tribunal alegou que a empresa não poderia ser a mesma”, lembra Maurício Canovas.
Segundo ele, a Secretaria de Obras fez as devidas alterações e o novo projeto foi aprovado pela Caixa Econômica Federal e pelo então Ministério das Cidades. “A Caesb fez uma licitação a parte e mudou a rede de abastecimento de água de lugar. Com os ciclistas fizemos uma série de reuniões e chegamos ao consenso de que a ciclovia não precisa passar em cima do viaduto, elas vão ser nas marginais e vão se integrar com as ciclovias do Parque da Cidade”, acrescenta.