22/08/2019 às 10:37, atualizado em 22/08/2019 às 13:07

Meio século do Palácio do Buriti

Sede do Executivo, que compõe complexo administrativo do DF no Eixo Monumental, já abrigou até um presidente da República

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

A galeria exibe os chefes do Executivo que já ocuparam o palácio | Foto: Lúcio Bernardo Jr / Agência Brasília

Cerimônia

O major da PMDF Wladmir Cuevas foi um dos militares que já recepcionaram a chegada dos governadores. Comandante da Companhia de Guarda do 3º Batalhão da Polícia Militar aos 23 anos, ele era chamado em determinados dias da semana quando o governador Joaquim Roriz saía de casa. Muitas vezes a honraria era dispensada, mas o major estava lá, a postos, caso fosse necessário cumprir esse ritual.

Sempre à direita do chefe do Executivo, Cuevas desembainhava a espada e ficava em posição de sentido. A cerimônia já não ocorria mais com tanta frequência e acabou por ser extinta na gestão de Cristovam Buarque, entre 1995 e 1999. Atual ocupante do Buriti, o governador Ibaneis Rocha fez questão de repetir o gesto ao receber a faixa do antecessor, Rodrigo Rollemberg.

Salões

Denominados Branco e Nobre, os salões principais do Palácio do Buriti são os cenários de diversas solenidades oficiais. No primeiro, mais amplo e localizado no térreo do prédio de três pisos, ocorrem também exposições de arte e cerimônias com maior número de convidados.

O prédio tem suas peculiaridades. Na parte de trás do palácio, um auditório onde ocorriam as solenidades oficiais também chegou a funcionar como cinema para os servidores. Não foram poucos os que assistiram por lá ao seu primeiro filme na vida. O espaço está parcialmente desativado.

Uma das salas do auditório abriga um tatame para treinos de jiu-jítsu e defesa pessoal a servidores da Casa, projeto idealizado por Olegário Morais, da assessoria especial do governador. Funcionários da Casa Militar, os instrutores Francisco Santoro, o Kiko, de 38 anos, e Tenisson Leone, de 44, aproveitam o horário pré-expediente, das 7h às 8h, para dar aulas gratuitas a pessoas interessadas em aprender um pouco de artes marciais.

A proposta é despertar o interesse de quem desconhece os princípios da luta e quer começar o trabalho com outra disposição. “O que queremos é ajudar no condicionamento de quem tem vontade de lutar e, com o ritmo corrido de trabalho, não tem horário disponível pra frequentar uma academia”, afirma Kiko. “Nosso propósito é dar mais qualidade de vida aos nossos colegas”, completa Tenisson.

A bagagem dos instrutores é grande: os dois são faixa preta de jiu-jítsu 3º dan (grau de maestria). Tenisson também é 3º dan em karatê, formado no Japão, além de dar as aulas de defesa pessoal. Já Kiko foi campeão mundial de jiu-jítsu, 32 vezes campeão brasiliense e tem luta programada com o campeão do mundo em setembro próximo.