30/10/2019 às 10:41

HB é referência em tratamento de casos agudos de AVC

Profissionais alertam que até 90% dos casos podem ser evitados, embora seja a segunda maior causa de mortes no Brasil  

Por Agência Brasília *

Com o título de referência em tratamento de casos de acidente vascular cerebral (AVC), o Hospital de Base (HB) comemorou o Dia Mundial do AVC, nesta terça-feira (29), como o único da rede pública que conta com neurologista presencial durante 24 horas, diariamente, e o único que realiza o tratamento agudo da doença no DF.

O AVC é considerado a segunda maior causa de mortes no Brasil de acordo o Ministério da Saúde, mas pode ser evitado em até 90% dos casos. A neurologista do HB, Letícia Costa Rebello, esclarece que o hospital recebe em torno de 30 a 40 pacientes que são internados no Hospital de Base, mensalmente, com doença cérebro-vascular, sendo a maioria vítima do AVC.

“Conhecido popularmente como derrame, o acidente vascular cerebral resulta de uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, decorrente de entupimento, que é o AVC isquêmico; ou da ruptura dos vasos sanguíneos, chamado de AVC hemorrágico”, esclarece. Ela lembra que em torno de 85% dos casos tratam-se do AVC isquêmico e 15% dos hemorrágicos. O Base realiza, em média, 20 tratamentos de AVC isquêmico por mês.

Ela alerta que a perda rápida da função neurológica ocorre nos dois casos.  “Os sintomas são os mesmos. A diferença é que, no primeiro caso, a lesão no cérebro é causada por falta de sangue em razão de entupimento e, no outro, ocorre devido ao sangramento no cérebro”, diz.

A presidente da Rede Brasil AVC e vice-presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS) do AVC, Sheila Martins, que visitou o Hospital de Base nesta terça-feira, ressaltou que a OMS também está realizando campanha para alertar que uma em cada quatro pessoas ao longo da vida terá AVC. 

“Por isso, precisamos educar a população sobre os fatores de risco e como reconhecer os sinais do AVC. São aproximadamente 400 mil novos casos de AVC por ano no Brasil e mais de 100 mil óbitos, fora as incapacidades e sequelas deixadas pela doença”, disse.

Ela orientou que existe um aplicativo baixado gratuitamente para celular que estima a chance de uma pessoa ter o AVC e quais hábitos ou fatores de risco ela deve eliminar para reduzir essa chance. A ferramenta foi desenvolvida por uma universidade da Nova Zelândia e chama-se Riscômetro de AVC.

O diretor-presidente do Instituto de Saúde do DF (Iges-DF), Francisco Araújo, ressaltou que o órgão está comprometido em fortalecer a discussão sobre o AVC e salvar vidas.

Fique alerta
A prevenção pode ser feita de acordo com os fatores de risco, combatendo-se as principais causas. “É necessário o controle da pressão arterial, do diabetes e do colesterol. Além disso, não fazer uso de cigarro, evitar o sedentarismo e conhecer a doença”, esclareceu a médica Letícia. E destaca que pessoas mais idosas, principalmente acima dos 60 anos, têm mais chances de ter um AVC.

Os principais sintomas começam de uma hora para outra e se caracterizam por boca torta, formigamento ou fraqueza em um dos lados do corpo, súbita dificuldade para falar ou entender o que os outros falam, perda da visão de um dos dois olhos, perda súbita do equilíbrio com dificuldade para andar, dor de cabeça explosiva sem causa aparente e vertigem.

Em caso de suspeita, o paciente deve entrar em contato com o Samu pelo telefone 192 e procurar, imediatamente, o serviço médico de emergênciaLetícia Rebello, neurologista do Hospital de Baseesquerda

Quanto mais rápido se identificar o AVC, maiores são as chances de não haver sequelas e menores as possibilidades de óbito. “No Distrito Federal, o Hospital de Base é a referência para pacientes com sintomas recentes”, recomendou Letícia Rebello.

Tratamento
A neurologista destaca que o AVC isquêmico ocorre em 85% dos casos. Sendo assim, o tratamento é feito com uma medicação que dissolve o trombo (coágulo de sangue). O remédio pode ser ministrado até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Já o tratamento do AVC hemorrágico depende de uma avaliação individual.

* Com informações da Secretaria de Saúde/DF